A escola como forma social: um estudo do modo de educar capitalista

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Catini, Carolina de Roig
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Law
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-11122013-153624/
Resumo: A tese aqui apresentada consiste num esforço para apreender os nexos entre escola e relações sociais capitalistas. Partimos da compreensão do capital não apenas como elemento econômico, mas como relação social que tende, contraditoriamente, a subsumir as diversas esferas da vida social, ao mesmo tempo em que permite e exige a autonomização de cada uma dessas esferas. Nesse sentido, debruçamo-nos sobre a relação entre a generalização da forma escola e da forma mercadoria, à luz de uma tendência - característica da formação social capitalista - de subjetivação das formas e de coisificação dos conteúdos, que corresponde ao conceito de fetichismo do capital. Procuramos desnaturalizar a forma escolar por meio do estudo de seu processo histórico de constituição, com ênfase em alguns momentos específicos, como o da reação estatal às lutas anarquistas do início do século XX, e as subsequentes reformas educacionais dos anos 1920. Analisamos a crescente importância da escola na formação da massa de trabalhadores assalariados, reificados pela condição de vendedores de sua força de trabalho, mas também de sujeitos de direito. Assim, fomos levados a tratar da imbricação entre a forma escolar e o Direito, fundamentado nas relações mercantis, na propriedade privada, e nos processos de expropriação dos trabalhadores como produto da acumulação de capital. Internamente à escola, investigamos a incorporação do tempo abstrato, bem como o desenvolvimento da divisão do trabalho, da didática, e das formas disciplinares, tudo isso em articulação com tendências de racionalização, de desenvolvimento das forças produtivas e da consequente simplificação do trabalho. Donde se explicita a prevalência da forma sobre a formação, como tendência inerente ao modo de educar capitalista. Ademais, tratamos brevemente de algumas distinções entre os processos de escolarização das camadas mais abastadas da população e do grosso da população trabalhadora, fruto da clivagem entre escola pública e privada, também fundamentada em relações de propriedade. Por fim, sem negar a relevância das lutas travadas historicamente com vistas à universalização do direito à educação e por melhores condições de escolarização para a população trabalhadora, enfatizamos os riscos de se limitar as lutas aos marcos institucionais, argumentando que, quando desacompanhadas da construção de experiências educativas autônomas, e portanto desprovidas de um caráter tático, tais lutas conduzem a um esvaziamento dos potenciais revolucionários da organização dos trabalhadores.