Estratégias de manejo do pastejo associadas a suplementação na mitigação de metano em pastos de capim Mulato II: respostas agronômicas, perfil e cinética da fermentação in vitro da forragem

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Holschuch, Solange Garcia
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11139/tde-07112022-181153/
Resumo: A hipótese central desse estudo (a) foi que o acúmulo de forragem, a estrutura do dossel, o valor nutritivo e a produção de metano oriundo da degradabilidade da forragem são funções da condição média em que os pastos são mantidos no campo por meio dos regimes de desfolhação utilizados (lotação contínua ou lotação rotativa). Dessa forma, a comparação entre métodos de pastejo é possível quando realizada com base em um descritor médio do regime de desfolhação a que são submetidos (altura médio do dossel forrageiro); (b) foi que estratégias de suplementação ([1] NO3- + S elementar (NS), [2] óleo de soja (OS), [3] farelo de milho (FM) e [4] OS+FM modulam a cinética e a fermentação dos substratos, aumentam a degradabilidade e reduz a emissão de metano em comparação a [5] forragem sem suplementação em sistemas de degradabilidade in vitro. Com o objetivo de [a] investigar e refinar estratégias de manejo do capim Mulato II [Brachiaria brizantha (Hochst. ex A. Rich.) Stapf × B. decumbens Stapf × B. ruziziensis R. Germ. & C.M. Evrard; sin. Urochloa brizantha (Hochst. ex A. Rich.) R. D. Webster × U. decumbens (Stapf) R. D. Webster × U. ruziziensis (R. Germ. & C. M. Evrard) Crins] com base nas respostas agronômicas e estabelecer uma proposta de comparação entre lotação contínua (C) e rotativa com desfolha leniente (RL) ou moderada (RM) impostas sob mesmas alturas médias de dossel de 20 ou 30 cm do capim Mulato II; [b] comparar a cinética e no perfil fermentativo da forragem, e a redução de metano absoluto do capim Mulato II em seis estratégias de manejo com ou sem estratégias de suplementação. O uso da altura média do dossel forrageiro como descritor médio das estratégias de manejo do pastejo mostraram-se adequadas para comparar os métodos sob lotação contínua e rotativa. Contudo, a escolha assertiva da altura média do dossel em diferentes regimes de desfolhação é a chave para garantir a equivalência entre os métodos de lotação. Para o manejo adequado do capim mulato II, o C20, RL20 e RM20 são estratégias com baixo IAF médio que permitem o controle do alongamento do colmo e prioriza alocação de fotoassimilados em tecidos que otimizam os processos inerentes ao crescimento das plantas forrageiras (i.e., componente lâmina foliar), e direcionam à intensificação sustentável em sistemas que utilizam tanto a lotação contínua, quanto a lotação rotativa. O maior fator de partição (FP) e degradabilidade do substrato resultou em maior emissão de CH4, favorecidos pela menor proporção de colmo, maior valor nutritivo e PB digestível da forragem controle. As estratégias de suplementação OS, FM, OS+FM ou NS alteraram a fermentação ruminal e reduziram as emissões de CH4 em todos os manejos. O FM melhorou os parâmetros da fermentação e degradabilidade comparado ao controle, reduziu a relação acetato: propionato. O OS, não afetou a degradabilidade e melhorou a eficiência microbiana comparado ao controle ou adição exclusiva de FM. A associação OS+FM promoveu efeito aditivo com maior degradabilidade do substrato, superior entre todos os tratamentos, com maior mitigação de CH4 nos manejos com maior valor nutritivo. O NS resultou no maior FP e reduziu cerca de 90% das emissões de CH4 comparado ao controle. O NS afetou negativamente a degradabilidade da forragem e concentração de AGV pela utilização de animais doadores de inóculo sem NO3- na dieta. Dessa forma, todas as fontes de suplementação testadas mostraram-se alternativas promissoras para intensificação dos sistemas de produção animal em pastagens, e podem ser utilizadas de forma estratégicas para otimizar a qualidade da dieta e reduzir as emissões de metano oriundas da fermentação entérica de ruminantes.