BRICS: alinhamento estratégico e soft balancing

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Rinaldi, Augusto Leal
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
R2P
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8131/tde-28052020-220710/
Resumo: O comportamento internacional de países emergentes é um tópico que tem gerado debate entre estudiosos de Ciência Política e Relações Internacionais. A literatura especializada destaca o grupo que compõe países como Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul (BRICS). Contudo, não há consenso quanto à definição conceitual mais adequada ao grupo. Alguns analistas o consideram um \"grupo de coalizão\", enquanto outros um \"bloco de países com objetivos difusos\". Nesta tese de doutoramento, propomos uma abordagem que deriva de uma base teórica não muito comumente utilizada nos estudos sobre o BRICS: as alianças internacionais. Sendo assim, as teorias de aliança internacional, e a noção de alinhamento estratégico, em particular, fornecem uma das ferramentas teóricas centrais para estudar o BRICS. Outra abordagem teórica relevante para discuti-lo advém do realismo estrutural e das perspectivas de balanceamento de poder, em especial, o conceito de soft balancing. Diante disso, com vistas a avançar a pesquisa, foram selecionados dois estudos de caso para abordar, empiricamente, o BRICS. O primeiro é a atuação do BRICS nos conflitos da Líbia (2011) e Síria (2011-) e a discussão em torno de intervenção humanitária nestes países; o outro caso é a criação, pelo BRICS, do Novo Banco de Desenvolvimento e sua relação com a estrutura econômico-financeira internacional vigente. Os resultados desta tese sugerem que o BRICS pode ser considerado um alinhamento estratégico entre potências emergentes e que a principal estratégia de atuação internacional que tem recorrido para defender seus interesses centrais são instrumentos de soft balancing. Com isso, contrapomos-nos às correntes que o consideram um grupo de coalizão ou um bloco difuso, e afirmamos que suas ações não visam a derrubar ou subverter a ordem internacional contemporânea. Buscamos, com isso, tratar o BRICS com maior acuidade teórico-conceitual e contribuir com o avanço das pesquisas nessa temática, abrindo novos caminhos de investigação para o próprio BRICS e outros arranjos e grupos de países emergentes.