Taxonomia das linhagens de Acanthobothrium van Beneden, 1850 (Eucestoda: Tetraphyllidea) parasitas de Potamotrygonidae (Chondrichthyes: Myliobatiformes)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Cardoso Júnior, Mauro
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41133/tde-07122010-175601/
Resumo: Membros de Acanthobothrium (Cestoda: Tetraphyllidea: Onchobothriidae) são primariamente parasitas elasmobrânquios em todos os oceanos. No entanto, algumas linhagens são encontradas em arraias de água doce da família Potamotrygonidae da região Neotropical. O reconhecimento das entidades taxonômicas que participam de um sistema parasita/hospedeiro é essencial para que estudos comparativos que visam elucidar os padrões e processos responsáveis pela diversificação destes systemas. Atualmente, 175 espécies são reconhecidas para o gênero, das quais apenas seis parasitam exclusivamente potamotrigonídeos (A. terezae, A. quinonesi, A. amazonensis, A. regoi, A. ramiroi e A. peruviense). Historicamente, a maioria das espécies de Acanthobothrium, em particular as espécies parasitas de potamotrigonídeos, foi descrita baseandose em um número restrito de exemplares provindos de localidades muito distantes umas das outras e coletados em poucas espécies de potamotrigonídeos. Esta prática tem conduzido pesquisadores a denominar novos táxons sob a premissa de que estas linhagens exibem pouca variação morfológica. Neste trabalho, foram examinados 649 espécimes de hospedeiros, representando 10 espécies e 14 morfo-espécies de potamotrigonídeos, provenientes de 10 sub-bacias hidrográficas. Somente cinco espécies de Acanthobothrium são reconhecidas neste trabalho para o sistema de água doce, A. terezae (sinônimo A. ramiroi), A. quinonesi (sinônimos A. regoie A. peruviense), A. amazonensis e duas novas espécies A. sp. n.1 e A. sp. n. 2. Verificouse que estas cinco espécies de Acanthobothrium parasitam 27 espécies de potamotrigonídeos em quase todas as sub-bacias hidrográficas da América do Sul, demonstrando um padrão de especificidade distinto de seus congêneres marinhos. As diferenças observadas nos padrões de especificidade entre estes dois ambientes pode decorrer da inexistência de amostras representativas de grupos monofiléticos de hospedeiros marinhos e/ou a despreocupação em obter amostragens adequadas de espécimens seja de hospedeiros ou parasitas. Novas fontes de dados (e.g., molecular) são necessárias para entender melhor os limites do atual status taxonômico das espécies de água doce de Acanthobothrium. Outra recomendação para acessar a variabilidade morfológica de tetrafilídeos, em geral, é o aumento do tamanho amostral considerando diferentes áreas e hospedeiros. A representatividade biogeográfica é fundamental para a compreensão da biodiversidade. Sistematas que trabalham com a taxonomia de tetrafilídeos devem ter cautela no uso de dados morfométricos e merísticos na diagnose de espécies que são descritas com base um material biológico reduzido.