Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2002 |
Autor(a) principal: |
Mendes, Carlos Magno |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11132/tde-20200111-154205/
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Resumo: |
O objetivo deste estudo foi investigar os possíveis determinantes da disposição de pagar (DDP) mais por produtos hortifrutícolas in natura sem agrotóxicos (HSA) de uma amostra aleatória de 314 consumidores, no município de Piracicaba, no Estado de São Paulo, usando para tal, um modelo lógite. A análise desenvolvida teve por base o método de valoração contingente dado o reduzido tamanho do mercado dos produtos sem agrotóxicos. As entrevistas foram realizadas nos locais de compra de hortifrutícolas distribuídos pela cidade, durante os meses de abril e maio de 2002. Apesar de aleatória, a amostra ficou caracterizada, na média, por indivíduos com alta renda e alto grau de instrução, o que não surpreende dada a localização da área de estudo. Mais de dois terços (69%) da amostra era do sexo feminino, com idade média de 43 anos. Os resultados mostraram que 87% dos entrevistados sabiam que produtos hortifrutícolas podem estar contaminados com resíduos de agrotóxicos. Uma das principais fontes dessa informação, apontada pelos entrevistados, foi a mídia. Desta forma, esta última poderia exercer um papel essencial em programas orientados aos consumidores, alertando-os com relação ao consumo de alimentos seguros e estimulando sua comercialização atuando, dessa forma, na melhoria da saúde pública. Os resultados mostraram que, dentre as variáveis explicativas da DDP especificadas no modelo, o preço, grupo de risco, 'testado pelo governo' e 'atitude' constituíram fatores significativos na explicação da disposição de pagar mais por HSA. Assim, a importância do preço e a escolha do governo como órgão certificador diminuem a probabilidade de os consumidores pagarem mais por HSA. Por outro lado, a existência de pessoas consideradas mais vulneráveis tais como crianças, gestantes, idosos e pessoas com doença crônica (grupo de risco) na família e a atitude dos entrevistados em prol de políticas mais restritivas com respeito aos agrotóxicos aumentam a probabilidade de os consumidores pagarem mais por HSA. Com relação a esta última, os resultados mostraram que para 92% dos consumidores, todos os agrotóxicos deveriam ser definitivamente proibidos (banidos) ou os que não são seguros deveriam ser proibidos e os restantes deveriam sofrer maiores restrições. O aumento da população mundial pressionando a demanda por alimentos faz surgir, no admirável mundo da engenharia genética como da pesquisa agropecuária tradicional, uma enorme necessidade de produção de alimentos. Contudo, é necessário que todo esse avanço tecnológico esteja associado a uma produção que garanta o bem-estar das pessoas, começando pela segurança dos alimentos produzidos, seja através de uma agricultura sustentável ou processados em laboratórios. A prosperidade de um país também é garantida quando ele é capaz de produzir os alimentos necessários para nutrir seus habitantes, mas sem que isso implique em sérios, e principalmente desconhecidos, riscos de saúde pública. |