Análise do transcritoma do mexilhão marrom (Perna perna) sob contaminação por antraceno

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Monteiro, Jhonatas Sirino
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/95/95131/tde-11122017-153201/
Resumo: O mexilhão marrom Perna perna (Linnaeus, 1758) auxilia no monitoramento de compostos químicos em ecossistemas marinhos. No entanto, os mecanismos moleculares de detoxificação e resposta ao estresse são desconhecidos. Elucidar esses mecanismos é crucial para entender os efeitos tóxicos dos poluentes químicos e desenvolver biomarcadores para avaliar a qualidade ambiental dos ecossistemas marinhos. No presente estudo, indivíduos da espécie P. perna foram expostos a antraceno (ANT) e os RNAs mensageiros (mRNA) das brânquias foram sequenciados com a plataforma Illumina. A análise química do tecido mole dos animais identificou concentrações de ANT 268 a 715 vezes mais alta no grupo exposto comparado ao grupo controle, demonstrando que a exposição foi realizada com sucesso. O sequenciamento do transcritoma do P. perna gerou 273.152.390 pares de reads, resultando na montagem de 231.728 contigs com tamanho médio de 720 pb e N50 de 1.083 pb, os quais 66.563 contigs (28,7%) pode ser anotado utilizando banco de dados como GenBank, Pfam, Gene Ontology e KEGG. Os resultados obtidos a partir da anotação funcional sugerem que as brânquias tenham papel na biotransformação de xenobióticos, resposta antioxidante, sinalização, resposta imunológica inata, e osmorregulação. Foi possível identificar genes de biotransformação de fase I, II e III, incluindo CYPs e GSTs. Transcritos similares a CYPs e GSTs estavam sendo expressos no grupo exposto, porém nenhum deles foram classificados como diferencialmente expressos. Contudo, muitos genes hipotéticos foram diferencialmente expressos, o que sugere que P. perna utilize mecanismos desconhecidos de biotransformação para lidar com a contaminação de ANT. Genes de sistema imune inato foram regulados tanto positivamente quanto negativamente, assim como observado para Perna viridis exposto a benzo(a)pireno, sugerindo que ANT promove alterações da capacidade de resposta do sistema imune inato do P. perna.