A geografia nas escolas das comunidades ribeirinhas de Parintins: entre o currículo, o cotidiano e os saberes tradicionais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Souza, José Camilo Ramos de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8135/tde-08082013-102213/
Resumo: O estudo da Geografia nas escolas das comunidades ribeirinhas amazônicas permite leitura da complexidade do ambiente de várzea, terra firme e das relações socioeducativas, socioculturais e socioambientais, no sentido de perceber o mundo vivido por cada sujeito aprendente a partir da relação currículo-cotidiano-saberes tradicionais ou historicamente construídos, com a finalidade de exponenciar o mundo local, regional, nacional e global para que todos possam compreendê-lo e se posicionar como cidadãos e leitores críticos da realidade sistêmica que os envolve. Esta tese procura, através de seu objetivo geral, compreender a articulação entre o currículo, o cotidiano e os saberes tradicionais preexistentes na história de vida dos estudantes que frequentam as escolas ribeirinhas do município de Parintins, evidenciando os tipos de efeitos que geram nos seus matizes e nas suas representações sociais, culturais e históricas do lugar. Para adentrar no universo ribeirinho do município de Parintins foi necessário ter um olhar multirreferencial, alicerçado na fenomenologia; a navegação pelos trajetos da pesquisa permitiu desvendar parte das comunidades ribeirinhas de Parintins, quando se procura conhecer cada lugar para perceber a geografia existente e assim poder justificar, objetivar, problematizar e estabelecer hipótese, dentro de uma indefinição definida do lugar e do objeto da pesquisa. Neste percurso vivido, despontou as construções de saberes e o lugar de vida nas relações culturais, quando os saberes do passado vivenciados nos ensinamentos do presente fazem a Amazônia se destacar como um lugar de múltiplas construções de vida amazônica a partir da vida do ribeirinho, na qual construiu o seu lugar de vida, seja na terra firme e várzea. Ao ancorar na escola da água, da terra e floresta em Parintins, visualizou-se a Escola, currículo e ensino de Geografia na Comunidade de Menino Deus Itaboraí do Meio (várzea) e Santa Maria Vila Amazônia (terra firme), onde o ensino está ligado diretamente a uma proposta curricular de visão urbana, na qual não se permite uma leitura da geografia existente em cada comunidade ou lugar de vida, onde o ensino seriado ou multisseriado tornam águas turvas no conhecimento, conduzindo a uma aprendizagem conturbada e sem perspectiva de novas propostas para a escola de várzea ou de terra firme de Parintins. Nesta perspectiva aprofundou-se o olhar para perceber a geografia e cartografia nas escolas das comunidades ribeirinhas de Parintins a partir de cada resposta ou desenho realizado pelos estudantes em confronto com a geografia existente nos livros didáticos, utilizado como fim e não como meio, mas como recurso didático que emerge de quem o utiliza. Então, entre o risco e o rabisco do estudante, passa-se a ter uma visão da realidade de cada aprendente, considerando que o saber tradicional nas comunidades ribeirinhas de Parintins são possibilidades didáticas para ensinar e aprender Geografia. Percebe-se a necessidade de discussões coletivas para se tentar construir um currículo multicultural que oportunize o fortalecimento do sentimento de pertencimento do estudante da escola de várzea e terra firme a partir da importância do lugar vivido como lugar de vida.