Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2003 |
Autor(a) principal: |
Alvarez, Aparecida Magali de Souza |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6136/tde-03122020-133300/
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Resumo: |
Este trabalho consistiu na busca da identificação das características psicossociais constitutivas do processo de Encontro Transformador - entre moradores de rua envolvidos (ou não) com a criminalidade e segmentos da sociedade civil considerados como seus pontos fixos -pontos de apoio - que possibilitam o aprofundamento compreensivo da resiliência do ser humano. À Resiliência, concebida como \"a capacidade humana de fazer frente às adversidades da vida, superá-las e sair delas fortalecido ou inclusive transformado\", foi associada a noção do Ágape, definido como \"o amor às outras pessoas humanas, amor ao próximo\", articulado com conceitos de self e falso self. Em estudo longitudinal, ao longo de cinco anos, através de Histórias de Vida, foram realizadas entrevistas abertas e semiestruturadas, fotografias, registros em Diário de Campo, coletas de desenhos e trabalhos de artesanato realizados pelos sujeitos de observação: seis moradores de rua do centro da cidade de São Paulo, alguns deles ligados ao crime e ao consumo de drogas, e de duas professoras aposentadas não moradoras de rua, que estabeleceram relações de ajuda a eles. Para a interpretação dos dados contemplou-se o emprego de conceitos pertinentes a determinadas teorias da Psicologia, História, Geografia, Antropologia, Sociologia, às abordagens da Complexidade de Edgar Morin e da Sistêmica, na busca de diálogo entre diferentes disciplinas. A partir da análise do fenômeno - em que o modo de morar na rua surgiu como situação existencial extrema, marcada pela exclusão, favorecendo envolvimentos com a droga e a criminalidade, o desenvolvimento de sentimentos de desconfiança e revolta - revelou-se o processo de transformação dos moradores de rua junto a pessoas que foram seus pontos de apoio positivos, que se erigiram como \'modelos-caminhos\', pontes humanas que transpassando abismos relacionais- promoveram o Encontro Transformador. Manifestaram-se novas configurações emergentes em suas psiques. Essas novas configurações psíquicas, no entanto, tiveram dificuldade em se manterem sem o apoio efetivo do Estado e da sociedade civil. Considerou-se a necessidade da conscientização da sociedade para o problema do morador de rua, assim como o desenvolvimento de uma política e cultura de inclusão. Considerou-se, finalmente, que os conhecimentos do Ágape, Encontro Transformador e a Resiliência - ao serem divulgados e aplicados em processos de esclarecimentos e capacitação - possam nortear as relações entre os homens não só no âmbito da individualidade mas também nas esferas econômicas, política e social, iluminando o que modernamente têm se convencionado chamar de Sociedade Solidária ou mesmo Globalização Solidária. |