Energia metabolizável e digestibilidade de aminoácidos de coprodutos do etanol de milho para frangos de corte

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Oliveira, Ana Beatriz Santos de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
DDG
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11139/tde-17122019-112758/
Resumo: A produção de etanol a partir do milho gera como coproduto o DDGS (dried distillers grains with solubles), que vem sendo usado na indústria de rações em muitos países. Esse coproduto corresponde a 30% dos grãos empregados na produção de etanol. Novos processos industriais resultaram em diferentes coprodutos. Partindo do fracionamento dos grãos antes da fermentação, são gerados os coprodutos DDG HP (alta proteína, sem solúveis) e FMS (farelo de milho, fração fibrosa com solúveis). Estes representam ingredientes de grande potencial para a dieta de frangos de corte, pois possuem elevada concentração energética, proteica e mineral. Para seu uso adequado na formulação de dietas, é necessária sua caracterização em composição química, valor energético e aminoácidos digestíveis. O objetivo do presente trabalho foi caracterizar o valor de energia metabolizável e de digestibilidade de aminoácidos de novos coprodutos da indústria de etanol produzidos no Brasil, comparando com coprodutos tradicionais de origem norte-americana. Para o ensaio de metabolismo foram utilizados 120 pintos de um dia, machos, da linhagem Ross AP95®. As aves foram alojadas em aviário convencional até 21 dias de idade, quando foram transferidas para gaiolas de metabolismo. O ensaio teve de um período de adaptação de sete dias, seguidos de quatro dias de coleta, segundo o método de coleta total de excretas. Foram utilizadas quatro dietas-teste e uma dieta referência, com quatro aves por gaiola e seis repetições, em delineamento inteiramente casualizado. As dietas-teste foram constituídas pela substituição parcial da dieta referência pelos ingredientes FMS, DDG HP brasileiro (DDG HPB), DDGS padrão americano (DDGS PA) e DDG HP padrão americano (DDG HPA). Foram calculados os valores de energia metabolizável aparente corrigida pela retenção de nitrogênio (EMAn) e do coeficiente de metabolizabilidade da energia (CM) de cada ingrediente. Para a determinação do coeficiente de digestibilidade ileal estandardizada de aminoácidos (CDIe) foram utilizados 360 pintos de um dia, machos, da linhagem Ross AP95®, alojados em 30 boxes contendo 10 aves por unidade experimental. O período experimental foi de seis dias, iniciando-se no 15° dia. Ao final deste período os frangos foram abatidos para a coleta do conteúdo ileal. Foram utilizados cinco tratamentos com seis repetições cada, consistindo de uma dieta livre de proteína e quatro dietas-teste contendo cada ingrediente como única fonte proteica. Todas as dietas continham 0,5% de óxido crômico como indicador. Os ingredientes foram analisados para os mesmos componentes, exceto o crômio. Para o cálculo dos CDIe foram utilizados os valores de perda endógena encontrados na dieta isenta de proteína. Foi utilizado o PROC GLM do SAS para análise estatística e comparação de médias pelo teste de Tukey- Kramer. Os produtos brasileiros têm composição distinta dos demais, sendo os teores de proteína bruta e fibra em detergente neutro de 13,3% e 38,9%, respectivamente, para o FMS e de 43,6% e 30,0%, respectivamente, para o DDG HPB na MS. Os ingredientes norte-americanos apresentaram valores intermediários de proteína bruta, sendo 25,6% para o DDGS PA e 35,0% para o DDG HPA. Os valores de EMAn do FMS, DDG HPB e DDG HPA foram semelhantes (2,550 - 2,590 kcal/g) e para o DDGS PA a EMAn foi de 2,260 kcal/g MS. O CM da energia do FMS foi superior (p<0,05) ao do DDGS PA, os outros ingredientes possuem valores intermediários. Comparando os CDIe dos aminoácidos essenciais dos ingredientes que contêm solúveis, os valores forem superiores (p<0,05) para Met, Thr, Val, Ile, Leu, Arg e Phe do DDGS PA em relação ao FMS. Para os DDG HP foram encontrados maiores CDIe para Thr, Val, lle, Leu e Phe do DDG HPA em comparação ao DDG HPB. Os valores de CDIe dos aminoácidos do DDGS PA determinados neste estudo foram muito próximos da média encontrada na literatura. Conclui-se que para fins de formulação de rações, valores de EMAn na matéria natural de 2,439 kcal/g para o FMS e 2,530 kcal/g para o DDG HPB podem igualmente ser usados com segurança. Os coprodutos que contém solúveis em sua composição possuem um maior aporte de aminoácidos digestíveis quando comparados ao milho e os coprodutos de elevado teor proteico se destacam principalmente pela quantidade de metionina, mesmo este não sendo um aminoácido de destaque do grão de milho.