A dimensão da educação nacional: um estudo sócio-histórico sobre as estatísticas oficiais da escola brasileira

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Gil, Natália de Lacerda
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-31052007-112812/
Resumo: Esta tese é resultado de um estudo sócio-histórico que teve por objetivo compreender como se configuraram as relações entre educação e estatística no Brasil no período de 1871 até a década de 1940. A partir da análise de documentos de Estado - publicados pela Diretoria Geral de Estatística, pelo Ministério da Educação e Saúde, pelo Serviço de Estatística de Educação e Saúde, pelo INEP e pelo IBGE - foi possível identificar como se consolidou a legitimidade que usufruem as estatísticas educacionais para a condução de decisões políticas e de que maneira estas estatísticas colaboraram na formulação de representações sobre a escola primária brasileira. Procedeu-se, inicialmente, ao relato das iniciativas do poder público no sentido de criar e aperfeiçoar um aparato capaz de elaborar informações numéricas consideradas confiáveis. Foi, também, descrita a maneira pela qual eram produzidas as estatísticas educacionais, localizando as fontes de informação e explicando os procedimentos para coleta dos dados. Pretendeu-se, por essa iniciativa, diminuir o desconhecimento acerca da origem de números escolares que, eventualmente, são utilizados em pesquisas atuais sem o conveniente exame crítico. Foram indicadas, ainda, algumas das falhas na elaboração das estatísticas (declaradas pelos seus produtores), possibilidades de divergência de interpretação, limitações inerentes ao objeto, inconsistências na argumentação - aspectos estes que obrigam à cautela no uso de tais informações. Foram examinadas, além disso, as análises oficiais dos números do ensino, em especial aquelas que circularam na década de 1940, buscando-se identificar as lutas simbólicas travadas em torno da sua interpretação legítima. Desse modo, foi possível contribuir na compreensão de como as estatísticas incidem sobre a construção de determinadas imagens sobre a escola. Por fim, cabe enfatizar que o conceito de representação assume uma importância fundamental neste estudo, permitindo situar as estatísticas e o discurso produzido sobre elas como elementos de mediação das relações dos indivíduos com o mundo social. Ao classificarem e circunscreverem a realidade, constroem e fixam modos de apreender o mundo, a partir dos quais os indivíduos tomam decisões, equacionam problemas, conformam seus comportamentos e consolidam mecanismos de controle social. É preciso destacar, ainda, a centralidade que o conceito de campo - de Bourdieu - tem na análise empreendida.