Efeitos agudos e subagudos de dose única de Ayahuasca no reconhecimento de expressões faciais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Rocha, Juliana Mendes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17148/tde-13042020-155227/
Resumo: Diversos transtornos psiquiátricos, como por exemplo transtornos de ansiedade, depressão, transtornos psicóticos, entre outros, estão associados a déficits na cognição social e no reconhecimento de expressões faciais. Ademais, os tratamentos farmacológicos disponíveis não funcionam para uma parcela significativa destes pacientes e produzem diversos efeitos colaterais, portanto é necessário a exploração de novos tratamentos alternativos. A ayahuasca é uma bebida psicoativa tradicionalmente utilizada por grupos indígenas da Amazônia com fins terapêuticos. Estudos em animais e humanos sugerem que a ayahuasca possui efeitos ansiolíticos e antidepressivos, além de apresentar boa tolerabilidade. O objetivo deste projeto é o de avaliar os efeitos subjetivos de uma dose única de ayahuasca e seus efeitos no reconhecimento de expressões faciais. 20 voluntários saudáveis foram incluídos no estudo (randomizado em grupos paralelos, duplo-cego e controlado com placebo). A avaliação aguda (0-6 h) foi realizada por meio da aplicação da Escala Analógica Visual de Humor (VAMS), Escala de Sintomas Somáticos (ESS), Inventário de Ansiedade de Beck (BAI) e por testes de reconhecimento de expressões faciais de emoções (REFE). A tolerabilidade aguda foi avaliada por medidas cardiovasculares e relatos dos voluntários. Também medimos níveis plasmáticos do fator neurotrófico do cérebro (BDNF) durante a sessão experimental para avaliar os efeitos da ayahuasca em neurotrofinas. Ademais, avaliamos a personalidade antes (basal/ T1) e 3 meses após a sessão experimental (NEO-FFI). A ESS também foi aplicada 24 horas após o experimento (D1), e a BAI e os teses de REFE foram aplicados nos dias D1, D7, D14 e D21 e 3 e 6 meses após a sessão experimental. Em comparação ao placebo, a ayahuasca aumentou significativamente a pontuação do fator deterioração cognitiva da VAMS e da ESS durante a sessão experimental. Não foram observados efeitos significativos nas outras variáveis, embora a inspeção visual dos gráficos indique uma possível redução aguda de BDNF e da ansiedade ao longo do estudo (BAI). A ayahuasca foi bem tolerada, produzindo principalmente náusea, desconforto gastrointestinal e vômito. Novos estudos envolvendo um maior número de participantes são necessários para confirmar os dados do presente trabalho.