Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2002 |
Autor(a) principal: |
Ferreira, William Rodrigues |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8136/tde-28042006-103725/
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Resumo: |
A ênfase em se abordar um tema de tese cujas reflexões e análises se pautam na relação entre o homem e o espaço nas áreas centrais, tendo a 'rua' como referência, reflete uma preocupação, enquanto estudioso do espaço urbano, de um problema cada vez maior em nossas cidades, a perda gradativa dos espaços públicos de circulação para a convivência, os encontros e a recreação. Essa problemática urbana vem se acirrando há várias décadas, em função da depreciação acelerada desses ambientes ditos 'comuns a todos', acompanhada da respectiva perda de sua função, ou inversão de funções, em consequência do processo de 'esvaziamento do homem público' e do correspondente alargamento da esfera privada no meio urbano, acarretando um incentivo à busca cada vez mais acentuada de espaços privados de consumo, lazer, cultura, práticas esportivas, como também respaldando o significativo avanço da iniciativa privada nas (re)adequações das formas espaciais públicas e sua respectiva 'gestão'. Esta pesquisa teve como objetivo avaliar as condições de uso atual do espaço público da rua nas áreas centrais, identificando as variáveis que acarretaram e acarretam sua depreciação acelerada e sua respectiva perda de função, para que se possam propor formas adequadas de aproveitamento e destinação desse espaço a toda a população. Observou-se que não há uma preocupação real em se criarem políticas públicas que possibilitem uma readequação dos espaços públicos nas áreas centrais, devolvendo-os a todos os cidadãos indistintamente, pois elas esbarram em prioridades que resguardam os valores dos grupos sociais de renda média e alta. Faz-se necessário, dessa forma, recompor os espaços destinados ao pedestre. Os órgãos públicos responsáveis pelo planejamento e gerenciamento de tráfego, como também pelo planejamento urbano, juntamente com a comunidade e pesquisadores de diversas áreas de conhecimento, devem criar um fórum de debate onde possam estabelecer novas formas de intervenções no espaço urbano, de modo que os aspectos técnicos, sociais, econômicos e culturais se integrem de forma a repensar a cidade a curto, médio e longo prazo. Nota-se, atualmente, em diversos municípios, um verdadeiro frenesi relativo às intervenções públicas, na tentativa de recuperar espaços históricos; porém, pode-se indagar se essas propostas de resgate da história, identidade e memória dos patrimônios não é uma necessidade de reafirmar o próprio sistema. A simples recuperação estética não leva a um resultado satisfatório; falta recuperar os símbolos historicamente importantes e significativos e devolver de fato o espaço público ao cidadão. A criação de vias exclusivas para pedestres, alargamento de calçadas, alterações físicas para circulação de portadores de deficiência física, ciclovias, canaletas exclusivas para ônibus, implementação de espaços adequados para o comércio informal, áreas de convivência e lazer, restaurantes populares e outras soluções podem ser implementadas, num processo de revitalização das áreas centrais, com o objetivo de tornar esse espaço um ambiente agradável a todos, devolvendo-o à população, considerando-se como vital a participação efetiva dos diversos agentes envolvidos. Diante disso, o espaço público da rua deve ser rediscutido de maneira a abarcar sua realidade histórico-social e cultural, sua construção subjetiva, uma espacialidade onde as pessoas se identificam por símbolos comuns, representações e mediações, para que se possa efetivamente torná-lo um espaço de sociabilidade, um espaço humanizado. |