Resultados de estudo prospectivo, randomizado entre o emprego do agente de preenchimento anal com partículas de copolímero de poliacrilato-poliálcool e a eletroestimulação endoanal no manejo da incontinência anal leve e moderada

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Correa Neto, Isaac José Felippe
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5168/tde-19012021-122121/
Resumo: INTRODUÇÃO: A incontinência anal é definida como a perda de fezes e/ou flatos, em momentos inoportunos. Ela é decorrente fundamentalmente de lesões anatômicas, funcionais e/ ou neurológicas ao complexo muscular esfincteriano do assoalho pélvico, o que acarreta profunda mudança e impacto na qualidade de vida. Para seu diagnóstico, devem-se reconhecer os fatores de risco, realizar história clínica, avaliar a qualidade de vida e utilizar-se da manometria anorretal e da ultrassonografia endoanal, a fim de orientar o tratamento. Na prática clínica, com o aumento da expectativa de vida, observa-se um aumento da incidência de incontinência anal com disfunção do esfíncter anal interno. Esse apresenta espessura tênue, controle involuntário e poucas opções de tratamento. OBJETIVOS: comparar os resultados do emprego do agente de preenchimento anorretal - com partículas de copolímero de poliacrilato-poliálcool Exantia® (Grupo 1) - à realização eletroestimulação endoanal com Feedback (Grupo 2), em pacientes portadores de incontinência anal leve ou moderada, valendo-se do índice de incontinência anal e da qualidade de vida. MÉTODOS: estudo prospectivo e randomizado em 31 portadores de incontinência anal leve ou moderada (índice de incontinência anal menor que 13), com sintomatologia superior a 6 meses, sem defeitos anatômicos esfincterianos ou defeitos pontuais do esfíncter anal interno com análise prévia de amostra piloto e melhora superior a 50% no grupo 1 com nível de significância unilateral de 5% e um poder de análise de 80%. Acompanharam-se os pacientes no ambulatório de Fisiologia Colorretoanal do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP). Excluíram-se pacientes com incontinência anal grave, dano anatômico associado do esfíncter anal externo, passado de radioterapia pélvica, evidência de sepse perineal, doenças benignas e malignas colorretais, má formação congênita, esclerodermia, doença de Parkinson, imunossupressão e gestação em curso. O estudo desenvolveu-se em quatro fases: prétratamento, procedimentos, pós-tratamento precoce e pós-tratamento tardio aos 6 e 12 meses com a análise de dados demográficos, índice de incontinência anal, questionários de qualidade de vida (Fecal Incontinence Quality of Life Scale and Short-form 36), recomendação dos procedimentos, manometria anorretal e ultrassonografia endoanal. RESULTADOS: A média de idade (p=0,164), a distribuição por sexo (p=0,172), o índice de massa corpórea (p=0,332) e a consistência das fezes (p=0,254) foram semelhantes entre os grupos. O índice de incontinência anal no pré-tratamento foi em média de 10,4 (± 1,6); no grupo 1 e 10,0 (± 2,3); no grupo 2 (p=0,202) com uma diferença média após 12 meses, demonstrando melhora estatisticamente superior no grupo 1 (6,2 ± 3,5), quando comparada ao grupo 2 (9,2±3,0; p=0,002), embora sem uma alteração importante dos parâmetros manométricos anorretal. Houve uma melhora da qualidade de vida significativa nos pacientes do grupo 1 (p=0,012). Ao se estratificar uma melhora superior a 50% do índice de incontinência anal inicial, essa ocorreu em 37,5% dos pacientes do Grupo 1 e em nenhum caso no Grupo 2 após 12 meses. (p=0,018). CONCLUSÃO: Nos pacientes com incontinência anal leve ou moderada verificou-se uma melhora significativa dos índices de incontinência anal e qualidade de vida em pacientes submetidos ao implante de agente de preenchimento anorretal - com partículas de copolímero de poliacrilato-poliálcool Exantia® - em comparação àqueles nos quais se realizou eletroestimulação endoanal com Feedback após 12 meses