Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2002 |
Autor(a) principal: |
Pinho, Adriana de Araujo |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6136/tde-22072021-110457/
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Resumo: |
No Brasil, a taxa de mortalidade por câncer de colo do útero tem permanecido constante e sua taxa de incidência ainda é alta entre a população feminina, provavelmente, devido à baixa e irregular cobertura do teste de Papanicolaou. Objetivos. Investigar a cobertura e os fatores associados à realização do teste de Papanicolaou entre mulheres em idade reprodutiva e os motivos relatados pelas mulheres para realizarem ou não o teste. Métodos. Os dados coletados fizeram parte da pesquisa multi-países sobre saúde da mulher e violência doméstica, coordenada pela Organização Mundial da Saúde e realizada no município de São Paulo entre abril e junho de 2000. Um inquérito domiciliar foi realizado com uma amostra representativa da população feminina de 15 a 49 anos, selecionadas aleatoriamente a partir de uma amostragem de domicílios por conglomerados em múltiplos estágios. Resultados. Ao todo, 86,0% das mulheres relataram ter realizado o teste alguma vez na vida; 77,0% realizaram-no nos últimos 3 anos e 56,5% nos últimos doze meses anteriores à entrevista. Os fatores que se mostraram associados, positivamente, à realização do teste de Papanicolaou nos últimos 3 anos, após o ajuste no modelo de regressão logística múltipla foram: ter entre 35 e 49 anos de idade; mais de três anos de vida sexual; ser casada ou em união consensual; ter realizado o teste para HIV alguma vez na vida; usar métodos contraceptivos hormonais ou cirúrgícos; ter até o colegial completo ou 12 anos ou mais de estudo; ter passado por consulta médica no último mês; referir um estado de saúde bom, excelente ou regular e usar camisinha com parceiro sexual contra DSTs. Episódio de violência sexual no último ano anterior à entrevista se mostrou associado, negativamente, à realização do teste de Papanicolaou. As seguintes razões foram relatadas pelas mulheres para nunca terem realizado o teste: não ser necessário ou não ter problemas ginecológicos (41,4%); vergonha ou desconforto físico (32,7%); dificuldades de acesso ao serviço de saúde (11,2%); problemas financeiros ou de transporte (6,0%); não sabia o motivo (5,2%); falta de interesse (4,3%); não conhecia o exame (2,6%); sem recomendação médica (2,6%) entre outras (6,9%). Conclusões. A despeito da alta cobertura do teste de Papanicolaou observada, o acesso e a utilização deste serviço preventivo não se mostraram eqüitativos, visto que as mulheres que realizaram o exame foram, predominantemente, aquelas de melhor nível sócio-econômico e com contato regular à assistência médica, sugerindo que a realização do teste está mais relacionada à oportunidade ou chance de sua provisão em conjunção a outras atividades assistenciais do que propriamente ao status de risco para o câncer cervical. |