Rederivação de linhagens de camundongos por transferência embrionária para obtenção de colônias livres de patógenos específicos (SPF)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Antiorio, Ana Tada Fonseca Brasil
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10133/tde-20032017-150838/
Resumo: A introdução de novas linhagens de camundongos em biotérios deve ser realizada com cautela devido aos riscos de introdução de doenças na colônia, motivo pelo qual alguns biotérios adotam como padrão introduzir novos animais somente após o processo de rederivação, que pode ser realizado por transferência embrionária, histerectomia ou cross-fostering. A rederivação é adotada para diversas espécies de animais de laboratório e constitui uma forma de reduzir o risco de surtos de doenças em um biotério com a consequente interferência na pesquisa e perdas, tanto do status sanitário como do bem-estar dos animais. Dentre esses métodos, a transferência de embriões nos estágios de pré-implantação é considerada mais segura que os outros métodos utilizados para se rederivar linhagens de camundongos por reduzir os riscos da transmissão vertical de patógenos. Essa técnica é adotada em diversos biotérios internacionais, porém não é rotina em biotérios do Brasil. O objetivo desse trabalho foi implantar a técnica de rederivação por transferência de embriões no estágio de duas células, no biotério de camundongos livres de patógenos específicos (SPF) do Departamento de Imunologia do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo. As transferências embrionárias foram realizadas para introdução de linhagens de camundongos procedentes de diferentes biotérios convencionais sem barreiras. Os embriões foram obtidos pelos métodos naturais, por meio do acasalamento das fêmeas doadoras superovuladas, com machos de genótipo ou fundo genético igual. Os embriões foram coletados por flushing e lavados em meio estéril. Realizou-se a transferência de embriões no estágio de duas células para fêmeas receptoras livres de patógenos específicos (SPF), pseudoprenhas no 0,5 dia pós coito (d.p.c.). Todos os procedimentos cirúrgicos foram realizados em condições assépticas. Total de 881 embriões, destes, 625 foram transferidos para rederivação de 18 linhagens de camundongos. Nasceram 148 filhotes vivos, dos quais 140 foram desmamados. Os seguintes patógenos foram eliminados pela técnica: vírus da hepatite murina, norovírus, Corynebacterium kutscheri, Staphylococcus aureus, Streptococcus beta hemolítico, Bordetella bronchiseptica e protozoários intestinais. Os dados apresentados foram obtidos da rotina do biotério num período de três anos. A implantação da técnica possibilitou a introdução de novas linhagens na criação, em condições sanitárias satisfatórias, com a consequente disponibilização de modelos animais com nível sanitário adequado à experimentação para a comunidade científica.