Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Chammas, Eduardo Zayat |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-17102024-110538/
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Resumo: |
O tema desta tese é o debate travado, em algumas publicações da imprensa de resistência à ditadura, acerca das lutas de oposição ao regime militar, considerando a atuação política institucional e as relações entre o MDB e as esquerdas clandestinas entre os anos de 1973 e 1979. A proposta é compreender a constituição do frentismo democrático articulado em torno do MDB por meio do mapeamento dos debates, na imprensa de resistência, dos movimentos políticos e sociais de oposição à ditadura e luta pela democracia em sua interface com o sistema político, representado, neste caso, pelo único partido de oposição legalmente existente. O estudo da imprensa de resistência possibilita analisar os impasses das esquerdas e do MDB no enfrentamento à ditadura, investigando os dilemas do campo de oposição política à ditadura na política frentista que foi se constituindo a partir da anticandidatura presidencial de Ulysses Guimarães lançada pelo MDB, em 1973, e examinando as razões de seu apogeu nas eleições de 1978 e de sua crise a partir de 1979, com o pluripartidarismo e a fragmentação da oposição. Na imprensa de resistência, a análise de cinco publicações permite abordar o problema do frentismo de diferentes perspectivas: Opinião e Movimento, órgãos da imprensa alternativa que representaram dois ciclos da imprensa frentista de oposição à ditadura e publicizaram os pontos de vista de diferentes atores da oposição, como os intelectuais do Cebrap, os autênticos e moderados do MDB e setores próximos ao PCdoB; Debate e Brasil Socialista, publicações da imprensa no exílio vinculadas originalmente a organizações da esquerda clandestina que debateram, com base em concepções diversas, a cena política nacional nos anos 1970, especialmente a autocrítica à opção de alguns setores da esquerda pela luta armada e os dilemas em torno da participação nas eleições e da adesão ao MDB e à política institucional; e Voz Operária, órgão da imprensa clandestina vinculado ao PCB, que defendeu de maneira incondicional o apoio ao MDB e a participação nas eleições, de acordo com a linha política do partido de constituir uma frente patriótica contra o fascismo. A história do frentismo democrático de oposição à ditadura nas páginas da imprensa de resistência é também a história dessa imprensa, que experimentou seu auge à época do frentismo, com maior diversidade de publicações e maior número de exemplares circulando em meados dos anos 1970, e viveu sua crise no mesmo momento em que implodiu a política do frentismo, na virada da década. A tese defendida é que a política do frentismo não se constituiu de fato como uma frente, dada a ausência de um acordo programático ou de uma ação política com pontos claramente definidos, mas houve uma política frentista, no sentido de que vários grupos e movimentos, com toda sua heterogeneidade e suas contradições e ambiguidades, convergiram para uma atuação comum no partido legal de oposição em torno de uma agenda de lutas contra a ditadura que impactou significativamente a política de distensão do regime |