Termotolerância em fêmeas bovinas: abordagens celular e fisiológica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Geraldo, Ana Carina Alves Pereira de Mira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Cow
HSP
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/74/74131/tde-07102013-091616/
Resumo: Este estudo teve como objetivo a compreensão dos efeitos desencadeados pelas temperaturas elevadas na expressão gênica de proteínas de choque térmico, nomeadamente da HSPA1A e HSP90AA1, em linfócitos de fêmeas bovinas de diferentes raças e origens. Parte do projeto foi desenvolvida em Portugal, onde foram utilizadas 20 novilhas da raça Limousine e 22 da raça Mertolenga. A parte desenvolvida no Brasil decorreu com 11 novilhas da raça Holstein Frísia e 20 da raça Brahman. Os animais da raça Holstein participaram do Experimento I no qual foram coletados 4 tubos de sangue para posterior choque térmico in vitro, onde cada tudo de sangue foi submetido a diferentes temperaturas: 40 °C e 42 °C (ambos através de banhos-maria), 23 °C (mantido a temperatura ambiente) e 10 °C (na geladeira), durante duas horas. Todos os animais de todas as raças participaram no Experimento II, onde foram sujeitos ao teste de tolerância ao calor, tendo sido aferidas a temperatura retal e a frequência respiratória, e coletado sangue (após os tratamentos sombra e sol). A todas as amostras de ambos os experimentos foi realizada a lise das hemácias de modo a obter o buffy-coat. O RNA foi isolado através do método do TRIzol e a RT-PCR realizada com SuperScript III após digestão com DNAse I. A PCR em tempo real decorreu no aparelho 7500 Fast Real Time, utilizando TaqMan Gene Expression Assays para os genes alvo HSPA1A e HSP90AA1, e ACTB e PPIA como genes endógenos. Foram calculados os ΔCt (Ctalvo - Ctendógeno) assim como a expressão gênica através do método 2-ΔΔCt. A análise estatística foi realizada através de modelos lineares mistos, recorrendo ao programa R Software Project (versão 3.0.1). No Experimento I foi atestada a qualidade da relação para ambos os endógenos nas relações que estabelecem com o mRNA-HSPA1A e o mRNA-HSP90AA1, através de uma análise de regressão pairwise. Tal como era esperado os valores de expressão gênica a uma temperatura de 23 °C foram os menores, seguidos 10 °C (estresse por frio), 40 °C e 42 °C para o gene HSPA1A. No caso da HSP90AA1, foi a 40 °C que se verificou uma maior expressão gênica. No Experimento II verificou-se uma variação intra-raça algo acentuada para valores de frequência respiratória, permitindo supor que o esforço termorregulatório dos animais de uma mesma raça possa ter sido diferente. Em relação à temperatura retal a raça Brahman apresentou valores significativamente diferentes das restantes raças para a situação sol. As diferenças observadas foram provavelmente consequência dos diferentes níveis de estresse aos quais os animais estiveram sujeitos. As diferenças observadas nos ΔCt não foram muito expressivas e apenas se observaram diferenças significativas na expressão gênica relativa na raça Mertolenga entre as situações sombra e sol. Podemos concluir que o aumento planificado da temperatura de linfócitos bovinos leva a diferentes expressões gênicas relativas de HSPA1A e HSP90AA1. A expressão de mRNA-HSPA1A é tanto maior quanto maior o estresse térmico, quer por frio quer por calor. As expressões gênicas relativas de HSPA1A e HSP90AA1 exibidas por animais com diferentes capacidades termolíticas são também elas diferentes, existindo uma variabilidade individual na expressão gênica relativa de proteínas de choque térmico.