Alterações fisiológicas e bioquímicas da interação Cuscuta racemosa Mart. x Malvaviscus arboreus Cav.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1999
Autor(a) principal: Gonçalves, Gislei Cristina
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11144/tde-20220207-210048/
Resumo: O parasitismo envolvendo plantas superiores se estabelece através de mecanismos fisiológicos e bioquímicos que trazem vantagens para a planta parasita em detrimento do hospedeiro, o qual, muitas vezes, dependendo das condições ambientais, pode recuperar-se retomando suas atividades metabólicas. Para contribuir à compreensão da interação entre planta parasita e seu hospedeiro é que o presente trabalho foi conduzido utilizando-se como hospedeiro Malvaviscus arboreus Cav. e como parasita Cuscuta racemosa Mart Essa parasita é uma planta herbácea, trepadeira perene com caule filiforme e delicado, afilica ou com poucas folhas reduzidas. Os seus filamentos envolvem a planta de Malvaviscus e desta se nutrem através de seus haustórios; ocorrendo uma drenagem de nutrientes orgânicos e inorgânicos dos sítios de infecção no hospedeiro, para os filamentos da Cuscuta. Plantas de Malvaviscus foram cultivadas em vasos contendo uma mistura de solo, terra vegetal e turfa, mantidas em casa-de-vegetação e infectadas com filamentos de Cuscuta obtidos no campo. Plantas de Malvaviscus sem os filamentos da parasita forma utilizadas como controle. Foram conduzidos dois tipos de experimentos: Experimento I, coleta de folhas e pecíolos do hospedeiro nas Fases T0 (0 dias, testemunha, imediatamente antes da cobertura do hospedeiro com a manta de filamentos da parasita); Fase T1 55 dias; Fase T2 95 dias; Fase T3 108 dias; Fase T4 180 dias após o início do experimento. Neste experimento o material foi liofilizado para análise de massa de matéria seca, macro e micronutrintes, proteína total solúvel, açúcares redutores, atividade específica de peroxidase e análise eletroforética de isoenzimas de peroxidase. Experimento II, coleta de folhas e pecíolos de Malvaviscus para analisar os sítios de infeção, os locais distantes desses sítios e os :filamentos de Cuscuta; foi utilizado material fresco para análise de massa de matéria seca, proteína total solúvel, açúcares redutores e atividade específica de peroxidase. O material foi coletado nas seguintes fases: Fase T0 (0 dias, inicial); Fase T1 5 dias; Fase T2 32 dias e Fase T3 44 dias após o início do experimento. Todos os parâmetros foram analisados seguindo um delineamento experimental inteiramente casualizado. Os :filamentos de Cuscuta desenvolveram-se sobre as plantas de Malvaviscus estabelecendo a interação parasítica com um pico máximo entre 55 e 95 dias após o início do experimento; em ambos experimentos identificou-se o pecíolo das folhas do hospedeiro como sendo o sítio da infecção. As plantas de Malvaviscus reagiram à invasão da parasita, recuperando-se da infecção a partir de 95 dias quando então os: filamentos de Cuscuta começaram a definhar. A ação deletéria da parasita fizeram-se sentir no decréscimo dos valores de massa de matéria seca e no conteúdo de nutrientes nas folhas e pecíolos do hospedeiro, como consequência da drenagem dos mesmos para os :filamentos de Cuscuta. Essa drenagem também pode ser observada no caso dos açúcares redutores cujo teor sofreu fortes alterações no hospedeiro e foi cerca de 6 vezes maior nos :filamentos de Cuscuta do que em folhas e pecíolos de Malvaviscus. Nestes últimos foi detectado aumento nos valores de proteínas totais solúveis e da atividade específica de peroxidase e de exo--1,4- glucanase envolvidas nos mecanismos de formação de parede celular e no metabolismo de carboidratos complexos, apesar de os valores de xilanase e de endo- -1 ,4-glucanase terem diminuído, aparentemente como resposta à invasão da parasita, uma vez que o hospedeiro recuperou-se, o que foi constatado ao 180 dias após o início do experimento, quando então as plantas de Malvaviscus que haviam sido parasitadas por Cuscuta retomaram o seu desenvolvimento, com a maioria parâmetros aqui analisados retornando aos seus valores iniciais.