Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2009 |
Autor(a) principal: |
Sakata, Karen Namie |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22133/tde-08062009-114108/
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Resumo: |
O objeto da pesquisa foram as relações sociais estabelecidas entre o agente comunitário de saúde ACS e a equipe de Saúde da Família SF em situações concretas de trabalho. A SF é estratégia prioritária para a reorganização da Atenção Básica no Brasil. A profissão do ACS foi regulamentada somente em 2002 e caracteriza-se pelo exercício de atividades de prevenção de doenças e promoção da saúde. A literatura aponta que os ACS desempenham ações preconizadas pelo Ministério da Saúde, mas enfrentam dificuldades para cumprirem com funções de caráter mais político e social, voltadas para mudanças nos modos de se cuidar e para o aumento da participação social. O ACS possui características híbridas e singulares, pois é membro da comunidade e da equipe de saúde, propiciando a ligação entre esses dois atores. Objetivou-se compreender as relações sociais estabelecidas entre o ACS e a equipe de SF a partir do trabalho em equipe na saúde, destacando os aspectos da articulação das ações e da interação entre os trabalhadores. A pesquisa foi de abordagem qualitativa com a realização de 23 observações participantes e 11 entrevistas semi-estruturadas junto a uma equipe de SF em um município do interior paulista, O material empírico foi interpretado segundo a análise temática e compreendeu a história da unidade de saúde e seus trabalhadores, o processo de trabalho da equipe e os ACS na equipe de SF na perspectiva da articulação e da interação. Os resultados mostraram que o ACS está inserido em um processo de trabalho em equipe que é dinâmico. O ACS vive as contradições de modelos de saúde que são diferentes e co-existem em um mesmo espaço. Os ACS são laços de ligação quando desempenham ações articuladas ao trabalho da equipe e interagem com os trabalhadores, construindo planos assistenciais em comum. Um núcleo de competência do ACS pode ser a característica de laço de ligação, aproximando equipe e comunidade e adequando as ações de cuidado às reais necessidades das pessoas. Na prática comunicativa com os trabalhadores; os ACS ao falarem de si, estão falando da própria comunidade, pois é ele seu representante e porta-voz na equipe. Como elos de ligação desenvolvem ações essencialmente operacionais para agilizar o trabalho da equipe e da unidade, tais como, entregar recados e encaminhamentos. As atividades desempenhadas dentro da unidade relacionam-se à cooperação e também estão muito atreladas às ações operacionais e instrumentais do trabalho, inclusive com certo caráter de troca. Concluímos que a inserção do ACS na equipe de SF enfrenta dificuldades e requer a criação de estratégias que favoreçam a relação dialógica entre os trabalhadores. Assim, o trabalho da equipe e a dimensão política e social dos ACS poderão ser potencializados, contribuindo para cuidados mais integrais e acolhedores e para um agir em saúde mais criativo e prazeroso. |