Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Douradinho, Rafael Soares |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/105/105131/tde-14092023-164028/
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Resumo: |
A busca pela sustentabilidade e a crescente demanda energética tem direcionado a atenção da humanidade aos biocombustíveis. A geração de etanol brasileiro representou 27% da produção mundial em 2021 e a perspectiva é que em 2029 o país alcance a produção de 47 bilhões de litros. Para isto, será necessário aumentar o número de unidades industriais de produção do biocombustível, revelar tecnologias para aumentar a eficiência do processo e viabilizar a diversificação de matérias-primas para produzi-lo. Neste sentido, o milho tem chamado a atenção como matéria-prima para a produção de etanol no Brasil. Para esta matéria-prima há possibilidade de combinação de diferentes biomassas agroenergéticas como fonte renovável de energia ao processo de produção. O bagaço de cana energia pode atender a demanda energética do sistema de produção e agregar valor por meio da redução de custos e adequação do balanço energético. Também, torna possível o direcionamento do excedente energético para o acionamento de um acelerador de elétrons como fonte de radiação ionizante, a qual pode inativar a população de microrganismos contaminantes presentes no mosto. E, além disso, possibilita o aproveitamento do caldo como fonte de carbono às leveduras. Por este motivo, os objetivos deste trabalho foram: a) avaliar a fermentação alcoólica de mosto obtido a partir da hidrólise de milho em caldo de cana; b) validar a dose de feixe de elétrons suficiente para inativação dos microrganismos contaminantes presentes no mosto; c) investigar os efeitos da irradiação do mosto com feixe de elétrons sobre o aumento da eficiência e produtividade da fermentação alcoólica; d) investigar a possibilidade de reciclo das células de levedura neste processo de produção de etanol a partir de milho; e) verificar a sustentabilidade energética, ambiental e econômica do processo conduzido nestas condições. O estudo foi realizado em 4 etapas. O aproveitamento do caldo de cana em substituição à água utilizada na etapa hidrólise não prejudicou a sacarificação do amido e, consequentemente, proporcionou incremento de açúcares no mosto obtido. A fermentação deste mosto apresentou eficiência e produtividade, respectivamente, 7,8% e 21,6% maiores que os resultados observados em mosto obtido a partir da hidrólise do milho em água. A irradiação do mosto em dose 20 kGy de feixe de elétrons foi suficiente para a completa inativação da população (108 UFC mL-1) de microrganismos contaminantes. O mosto cuja população de microrganismos contaminantes foi inativada com feixe de elétrons apresentou eficiência de fermentação 5,1% maior que a eficiência observada em mosto não tratado; e o reciclo das células de levedura se mostrou tecnicamente viável apenas em mosto cuja carga microbiana foi inativada. Considerando apenas o efeito da irradiação do mosto com feixe de elétrons, um incremento de 5% na produção nacional de etanol seria equivalente a 1,5 bilhão de litros ou, R$5,7 bilhões em produto comercializado anualmente. O mesmo aumento de produção pelos meios convencionais, exigiria a implantação de 8 novas usinas de etanol de milho com produção de 200 milhões de litros por ano; e o processamento adicional de 3,75 milhões de toneladas de milho. O bioetanol produzido a partir de milho hidrolisado em caldo de cana e com mosto irradiado com feixe de elétrons apresentou balanço energético, intensidade de carbono e Nota de Eficiência Energético-Ambiental (NEEA) estimados em 5,37, 22,09 gCO2eq MJ-1 e 65,31 gCO2eq MJ-1, respectivamente. O estudo de viabilidade econômica do sistema de produção apresentou VPL positivo e payback estimado em 5 anos. |