Estabilidade fenotípica e potencialidade de progênies obtidas por cruzamentos óctuplos em soja

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1999
Autor(a) principal: Uneda-Trevisoli, Sandra Helena
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11137/tde-20200111-141831/
Resumo: O objetivo do presente trabalho foi avaliar a potencialidade e a estabilidade fenotípica de progênies obtidas por cruzamentos óctuplos em soja [Glycine max (L.) Merrill ], em seis ambientes diferentes (três locais e três anos agrícolas). As progênies, originaram-se a partir de 60 cruzamentos óctuplos, pertencentes ao primeiro ciclo de um programa de seleção recorrente do Setor de Genética Aplicada às Espécies Autógamas, do Departamento de Genética da ESALQ/USP. OS 40 parentais de tais cruzamentos foram selecionados de acordo com critérios de divergência genética, capacidade de combinação e alto potencial produtivo, sendo dez de cada ciclo de maturação (CM) : precoce, semi-precoce, semi-tardio e tardio. Entende-se por cruzamentos óctuplos, o processo sucessivo de três etapas de recombinações, das quais, a primeira realizou-se em 1989 e envolveu quatro dialelos completos 10 x 10, com 45 cruzamentos biparentais para cada CM, totalizando 180 cruzamentos. A segunda geração (1990), foi composta por 45 cruzamentos quádruplos envolvendo os híbridos F1 dos ciclos precoce com semi-precoce e 45 cruzamentos quádruplos entre os híbridos F1 semi-tardios com tardios. A terceira geração (1991), originou 60 cruzamentos óctuplos, sendo que cada cruzamento foi composto por dois parentais de cada grupo (precoce, semi-precoce, semi-tardio e tardio). Neste trabalho, foram utilizadas as gerações F4:3[8], F5:3[8] e F6:3[8], sendo esta simbologia adotada pelo fato de terem sido formado famílias em F3. Na geração F4:3[8], as progênies foram classificadas em CM precoce, intermediário e semi-tardio; já nas gerações F5:3[8] e F6:3[8], houve um reagrupamento em : CM precoce (CMP), semi- precoce (CMSP), intermediário (CMI) e semi-tardio (CMST). A geração F 4:3 foi conduzida em um local (campo experimental da ESALQ/USP), no delineamento de blocos aumentados de Federer, em 1995/96, com parcelas de duas fileiras de 5 m x 0,5 m, deixando 1,0 m de espaçamento entre parcelas; foram avaliadas 715 progênies (229 do CMP, 350 do CMI e 136 do CMST). A geração F5:3[8] foi conduzida em dois locais (ESALQ e E. E. Anhembi) e a F6:3[8] em três locais (ESALQ, E. E. Anhembi e Fazenda Areão), ambas no delineamento de blocos ao acaso, com repetições estratificadas em conjuntos experimentais e parcelas de quatro fileiras de 5 m x 0,5 m. Avaliou-se 310 progênies em F5:3[8] (17 do CMP, 60 do CMSP, 179 do CMI e 54 do CMST) e 127 em F6:3[8] (17 do CMP, 30 do CMSP, 60 do CMI e 20 do CMST). Nas gerações, cada CM apresentava dentro dos conjuntos experimentais, quatro testemunhas comuns de ciclos específicos. Foram avaliados os caracteres número de dias para maturidade (NDM), altura de planta na maturidade (APM), acamamento (Ac), valor agronômico (VA), sintomas de cancro-da-haste da soja (CHS) e produtividade de grãos (PG). Nas análises de variância individuais, detectou-se variabilidade genética entre progênies (cruzamentos óctuplos) em todos os caracteres e CM, destacando-se o CMI. Em todos os CM, e para todos os caracteres, as progênies (cruzamentos óctuplos) apresentaram maior variabilidade que as testemunhas (cruzamentos biparentais). Os efeitos ambientais foram menos pronunciados para os caracteres valor agronômico (VA) e sintomas de cancro-da-haste (CHS). A capacidade dos locais em discriminar as progênies variou com o ano agrícola, com eficiência decrescente para ESALQ, Anhembi e Areão. O aumento do número de anos agrícolas de avaliação melhorou a discriminação das progênies. Nas análises de variância por ano e conjunta total, a interação genótipo x local foi mais pronunciada para os caracteres PG e Ac em todos os CM. Por sua vez, os caracteres APM e CHS manifestaram as menores magnitudes de G x L. Com relação à interação de genótipo x ano (G x A), esta foi significativa em 20 das 24 interações obtidas entre os seis caracteres avaliados nos quatro CM. A interação tripla progênie x local x ano (P x L x A) apresentou-se mais significativa que a de testemunhas (T x L x A) nos CMP, CMSP e CMI, sendo não-significativa no CMST. A análise de estabilidade pelo método da ecovalência, mostrou-se de fácil aplicação e eficiente para a avaliação de genótipos de soja, onde se observou muitas progênies (cruzamentos óctuplos) mais estáveis que as testemunhas (cruzamentos biparentais) em todos os CM estudados e para a grande maioria dos caracteres. As progênies do CMP foram menos estáveis que aquelas do CMSP, CMI e CMST. As análises de correlação indicaram que a seleção para APM e VA deve também considerar Ac. Com relação a VA, as progênies com maiores notas, tenderam a ser mais produtivas. Apesar das tendências de correlações positivas NDM x PG e NDM x CHS, existiram progênies superiores em PG e sem sintomas de CHS, em todos os CM. As progênies que mais se destacaram para estabilidade fenotípica e desempenho médio conjunto dos seis caracteres, dentro de cada CM foram: USP97-11.004 (precoce), USP97-11.030 (semi-precoce), USP97-11.097 (intermediária) e USP97-11.110 (semi- tardia).