Biologia reprodutiva de Leposternon microcephalum (Squamata, Amphisbaenidae) do Sudeste do Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Santos, Lívia Cristina dos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41133/tde-26032009-151405/
Resumo: Os Amphisbaenia (cobras de duas cabeças) têm sua biologia reprodutiva pouco conhecida, em parte devido à dificuldade de observações em campo e de coleta desses animais, que possuem hábitos fossórios. Leposternon microcephalum, da família Amphisbaenidae, é uma espécie amplamente distribuída no Brasil. Este trabalho teve como objetivo estudar aspectos da biologia reprodutiva de L. microcephalum do Sudeste do Brasil, tais como fecundidade, época de recrutamento, a ocorrência de oviposturas em formigueiros, tamanho de maturidade sexual, sintopia das gônadas, e dimorfismo sexual de comprimento e diâmetro do corpo, bem como analisar os ciclos folicular e espermatogênico e caracterizar a morfologia das gônadas e vias genitais. Para tanto, foram utilizados espécimes de coleção coletados em diferentes meses do ano para análise e medidas dos testículos, ductos deferentes, folículos ovarianos e ovidutos. Tais órgãos foram ainda analisados sob microscopia de luz, visando à descrição de sua estrutura e um estudo mais aprofundado do ciclo reprodutivo. Foram ainda escavados formigueiros para procura de ovos. Observou-se que o ciclo reprodutivo da fêmea dura pelo menos dois anos, sendo que o depósito mais substancial de vitelo é do tipo vernal (pré-nupcial), concentrado nos três meses que precedem a ovulação. Essa se dá provavelmente na mesma época da cópula, entre Novembro e Dezembro. A espermatogênese é do tipo misto, e o pico de produção de espermatozóides ocorre cerca de dois meses antes da cópula, havendo pequena fase de estocagem de esperma nos ductos deferentes. Nessa época, o epitélio desses ductos torna-se secretor. Após a fase espermatogênica, há uma acentuada involução dos testículos. O número de ovos produzido por fêmea provavelmente varia entre dois e seis. Os ovidutos dividem-se, segundo sua estrutura observada sob microscópio de luz, em vagina, útero, infundíbulo posterior e infundíbulo anterior. A maturidade sexual dos espécimes pode ser inferida com base na opacidade dos ductos genitais, e é atingida provavelmente aos três anos de idade. A gônada direita é normalmente mais cranial em relação à esquerda, e há uma região de sobreposição, na qual ambas se dispõem lado a lado. Não foi observado dimorfismo sexual, e a ovipostura em formigueiros não parece ser obrigatória.