Análise do transcriptoma de diferentes tipos de células únicas do sangue periférico de pacientes infectados com o vírus da Dengue para detalhamento da massiva geração de células secretoras de anticorpos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Nascimento, Jessica Costa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/9/9142/tde-08032024-165541/
Resumo: A Dengue induz uma resposta exacerbada e transitória das células secretoras de anticorpos (ASCs) no sangue de pacientes cerca de sete dias após o início dos sintomas. A frequência dessas ASCs chega a representar mais de 50% de todas as células B circulantes neste período. No entanto, ainda é desconhecido se a magnitude dessa resposta tem relação com a gravidade da Dengue. Nosso grupo de pesquisa já mostrou que a cultura de células nucleares do sangue periférico (PBMCs) de indivíduos saudáveis com partículas do vírus da Dengue (DENV), por 7 dias, levava a diferenciação de células B em ASCs em magnitude similar àquelas estimuladas por mitógenos. Essas culturas apresentavam um consumo significativamente maior de triptofano (TRP), associado à maior expressão das enzimas IDO1 e IDO2, e, consequentemente, maior síntese de quinurenina (KYN) em relação ao estímulo por mitógenos. Considerando que as concentrações de TRP e KYN detectadas nos sobrenadantes dessas culturas eram diretamente proporcionais ao aumento de ASCs, decidimos investigar o papel desse metabolismo do TRP e de seus respectivos metabólitos na diferenciação das ASCs. Para isso, análises do transcriptoma público de células únicas do sangue periférico de pacientes com Dengue (estudo E-MTAB- 9467) foram realizadas para inferir a real participação do metabolismo do TRP na geração de ASCs. Com o programa R foram executadas análises de Downstream. Identificamos um aumento massivo das ASCs nas amostras dos pacientes infectados com Dengue. No entanto, os principais genes desencadeadores da ativação do metabolismo do TRP (IDO1 e IDO2) não foram expressos nas subpopulações de células B, mas sim em células dendríticas e monócitos CD14+ respectivamente. Isso sugeriria que esta via não seria ativada nos linfócitos B. Por outro lado, genes codificadores de outros participantes da via do TRP (HSD17B10, ECHS1 e SIRT3) foram detectados em células B e podem estar relacionados com a proliferação das ASCs. Além disso, a análise de enriquecimento mostrou uma aumentada expressão de genes associados com moléculas de MHC de classe II em plasmablastos e plasmócitos de pacientes com Dengue. Porém, com a expressão aumentada de ENTPD1 nessas células durante a fase sintomatológica, nossos dados sugerem também que um eventual papel de plasmablastos e plasmócitos como apresentadoras de antígenos na Dengue poderia induzir uma resposta supressora de células T.