Variação genética em três grupos de indivíduos (adultos, jovens e plântulas) de Calophyllum brasiliense Camb. (Clusiaceae), em mata de galeria

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1999
Autor(a) principal: Kawaguici, Cristina Borges
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11142/tde-20220208-110202/
Resumo: Com intuito de investigar a variabilidade genética de uma espécie comum, mas com restrição ambiental, foi estudada uma população de Calophyllum brasiliense, espécie que ocorre apenas em áreas onde existe saturação hídrica do solo, em 3 grupos de indivíduos (adultos, jovens e plântulas). A população estudada está situada na mata de galeria da Estação Ecológica do Panga (Uberlândia- MG), distribuída ao longo do Córrego do Panga que constitui o limite norte da reserva. A partir da análise de eletroforese de isoenzimas, foram analisados 30 indivíduos adultos, 30 indivíduos jovens e 100 plântulas de C. brasiliense. Obteve-se 22 alelos distribuídos entre 14 locos isoenzimáticos, sendo que 8 eram monomórficos e 6 polimórficos. As freqüências alélicas entre os grupos oscilaram de forma aleatória, o que não permitiu inferir sobre ocorrência de seleção de um grupo de indivíduos para outro. O F̂ST entre os grupos evidenciou divergência genética significativa entre plântulas e jovens (0,0356), plântulas e adultos (0,0543) e jovens e adultos (0,0759), indicando pouco efeito de deriva e/ou seleção. Os índices de diversidade estimados para a população revelaram baixo número de alelos por loco (Aplântulas= I, 71; Ajovens= 1,57 e Aadultos= 1,64 ). A porcentagem de locos polimórficos foi de P=42,86%; esse valor é semelhante aos valores comumente encontrados para as espécies raras. A heterozigosidade média esperada foi maior que a observada em todos os grupos; os valores de heterozigosidade média observada são respectivamente para plântulas, jovens e adultos de 0,191; 0,138 e 0,141, portanto, a maior parte da variabilidade genética se encontra dentre do grupo de plântulas. O índice de fixação (f̂) foi positivo para plântulas (0,084), jovens (0,264) e adultos (0,372), mostrando-se mais pronunciado nos adultos. Esse alto índice de fixação pode estar ocorrendo nesse grupo, devido a área de estudo ter sido colonizada recentemente ou, então os indivíduos adultos estão mais adaptados ao estabelecimento em áreas alagadas, desta forma, estaria havendo seleção de plântulas para o estabelecimento de indivíduos adultos, em favor de homozigotos. O teste de aderência de equilíbrio de Hardy-Weinberg (EHW) evidenciou que 50% dos locos nas plântulas e nos adultos encontravam-se aderidos a suas proporções. O grupo de jovens encontrava-se nas proporções do EHW. Estes resultados indicam que os acasalamentos não são totalmente aleatórios na população e/ou a presença de seleção ou deriva. Os resultados de tamanho efetivo (N̂e) demonstraram que, quanto maior a endogamia (adultos), menor é a representatividade do tamanho efetivo. Essa estimativa também inferiu sobre as possíveis estratégias de conservação genética in situ, visando recuperação de áreas degradadas.