Sincronização por fotoperíodos naturais e artificiais, de verão e de inverno, em roedores subterrâneos (Ctenomys aff. knighti)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Improta, Giovane Carreira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41135/tde-05042021-162345/
Resumo: A sintonia dos organismos com o ambiente, por meio da sincronização dos ritmos biológicos endógenos e os ciclos ambientais conferiu uma grande vantagem seletiva aos seres vivos. Ciclos ambientais terrestres, como o de claro/escuro (CE) diário e o de variação fotoperiódica (razão entre duração dia/noite) anual, sincronizam ritmos endógenos com períodos em torno de 24h e 1 ano, respectivamente. Pouco se sabe sobre a existência de ritmicidade anual e de fotoperiodismo em organismos que vivem em ambientes fóticos extremos, como cavernas, túneis subterrâneos e regiões abissais. Nosso grupo tem realizado estudos cronobiológicos em uma espécie de roedor subterrâneo endêmico da América do Sul (Ctenomys aff. knighti) conhecido como tuco-tuco. Estes roedores apresentam ritmos diários de atividade locomotora, temperatura corporal e consumo de oxigênio, sendo esses ritmos sincronizados por ciclos de claro/escuro, tanto em campo como em laboratório. Trabalhos anteriores de nosso grupo têm sugerido a existência de sazonalidade nos padrões diários dos ritmos de atividade, em registros realizados em laboratório e em arenas seminaturais. Este projeto teve como objetivo testar a hipótese de que os tuco-tucos, mesmo sendo subterrâneos e se expondo diariamente à luz em horários irregulares, na natureza, possuem capacidade de processar a informação fotoperiódica, ou seja, as durações da fotofase/escotofase, em condições de laboratório. Para tal, verificamos os diferentes padrões de sincronização dos ritmos diários de atividade em animais expostos a fotoperíodos artificiais diferentes (fotofase longa: CE 21:3, CE 18:6 CE 15:9; fotofase curta: CE 9:15, CE 6:18 e CE 3:21), a dinâmica dos transientes e os pós-efeitos dessa sincronização. Os animais experimentais foram, adicionalmente, agrupados entre aqueles que estavam previamente expostos a fotoperíodos naturais de verão ou inverno e submetidos novamente a fotoperíodos artificiais de verão ou inverno, respectivamente (subgrupos afins) ou a fotoperíodos opostos de inverno ou de verão, respectivamente (subgrupos opostos). Dois parâmetros do ritmo diário de atividade em roda caracterizam o padrão de sincronização, para cada condição fotoperiódica: a duração da atividade diária e a relação de fase entre o início da atividade diária e o apagar das luzes do ciclo claro/escuro. Os diferentes padrões de sincronização fótica do ritmo diário de atividade apresentados por tuco-tucos em diferentes fotoperíodos indicam claramente que eles possuem capacidade de medição fotoperiódica, da mesma forma que roedores epígeos.