Epidemiologia e parâmetros laboratoriais relacionados à perda dentária em pacientes obesos candidatos à cirurgia bariátrica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Passeri, Celso Roberto
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/25/25144/tde-10032016-104320/
Resumo: A obesidade é um grave problema de saúde pública, adquirindo características de epidemia mundial. A saúde bucal é agravada pela presença da obesidade e da síndrome metabólica. A perda dentária prejudica a função mastigatória, condição essencial para o paciente que será submetido à cirurgia bariátrica. Este estudo teve por objetivo avaliar parâmetros epidemiológicos e laboratoriais relacionados à função mastigatória, em pacientes candidatos à cirurgia bariátrica, de classes socioeconômicas distintas, a fim de identificar fatores de risco e influência da condição socioeconômica para a mesma. Trata-se de um estudo observacional transversal, com amostra constituída por dois grupos de pacientes, com condições socioeconômicas distintas, um pertencente ao sistema público de saúde (GSUS) e outro à clínica privada (GCP), candidatos à cirurgia bariátrica. Foram analisadas as condições gerais de saúde, incluindo dados antropométricos, comorbidades presentes (hipertensão arterial, diabetes mellitus, apneia do sono, dislipidemias e artropatias) e uso de medicamentos (anti-hipertensivos, hipoglicemiantes orais, insulina, sinvastatinas, diuréticos, vasodilatadores e antiagregantes plaquetários). Dados de exames laboratoriais (hemoglobina, ferritina, proteínas totais, albumina, colesterol total, glicemia, triglicérides), dos hábitos (tabagismo e etilismo) e o número de unidades funcionais dentárias presentes foi analisado (função mastigatória). Os testes adotados foram Qui-quadrado, ANOVA, Goodman, Regressão Logística Múltipla e Bonferroni. Os grupos GSUS e GCP foram homogêneos quanto ao gênero e faixa etária. Quanto à média de unidades funcionais dentárias, foi maior no grupo privado (p<0,001). A função mastigatória prejudicada foi mais presente no grupo público feminino (p<0,001). Quanto aos exames laboratoriais, a glicemia de jejum foi mais frequentemente alterada no GSUS feminino (p<0,001). Ter origem no serviço público de saúde (OR: 8,420 - p=0,003), maior idade (OR: 1,186 p<0,001), ser do gênero feminino (OR: 0,153, p=0,029), portador de diabetes mellitus (OR: 2,545, p=0,045) e tabagista (OR: 2,951, p=0,043) foram fatores de risco independentes para ter função mastigatória prejudicada. A saúde geral e bucal de pacientes obesos do GSUS foram piores e a ausência dentária foi maior em mulheres deste sistema, ressaltando como fator de risco a condição socioeconômica.