Avaliação de papel de filtro impregnado com amostras de sangue humano na técnica de PCR em tempo real para o diagnóstico laboratorial da leptospirose

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Sembeneli, Priscilla Araujo Balbino
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5134/tde-19082024-145140/
Resumo: A leptospirose é uma zoonose causada por bactérias patogênicas do gênero Leptospira spp., com mais de 200 sorovares descritos, sendo o sorovar Copenhageni de maior prevalência no Brasil. Embora o teste padrão-ouro para diagnóstico sorológico seja o teste de aglutinação microscópica (MAT), métodos moleculares como PCR em tempo real têm sido cada vez mais utilizados, por ser rápido e fornecer diagnóstico nos primeiros dias da doença, pois é capaz de detectar DNA de leptospiras patogênicas. Frequentemente amostras clínicas precisam ser transportadas para laboratórios de referência. Amostras de sangue impregnadas em papel de filtro solucionariam as desvantagens de transporte que geralmente são feitos em tubos de vidro que podem derramar ou quebrar. O papel filtro tem sido utilizado para transportar amostras clínicas, por ser barato e oferecer uma logística simples para armazenamento e envio de amostras de sangue. Desta forma, o objetivo deste trabalho foi avaliar a utilização de papel de filtro impregnado com amostras de sangue humano, na técnica de PCR em tempo real, para o diagnóstico da leptospirose. Para contaminação artificial das amostras de sangue, foram utilizadas leptospiras patogênicas, sorovar Copenhageni, diluídas de 1X 10º - 106 bactérias/mL. As amostras foram impregnadas em papel de filtro e armazenadas em temperatura ambiente (25-27°C) por 7 dias, 1 mês, 3 meses, 6 meses e 1 ano. Uma diluição de 1X106 bacterias/ml foi mantida a 4°C durante esse mesmo período. Amostras de sangue a fresco, contaminadas com leptospiras (1X 106 bactérias/mL) sem impregnação em papel de filtro, foram mantidas nesse mesmo período a 4°C e -20° e após cada período citado foram impregnadas em papel de filtro e armazenadas por 7 dias a temperatura ambiente para simular um período de transporte. Como controle negativo foram utilizadas uma amostra de sangue sem contaminação para cada período e impregnadas em papel de filtro. As amostras de sangue com leptospiras impregnadas em papel de filtro foram comparadas com amostras de sangue à fresco contaminadas com leptospiras. Todas as diluições em amostras de sangue com leptospiras impregnadas em papel de filtro armazenadas em temperatura ambiente por 7 dias e 1 mês foram positivas. Nos períodos de 3 meses e 6 meses apresentaram negatividade a partir de 1 X 101 bactérias/mL e em 1 ano a partir 1X 102 bactérias/mL. As amostras de sangue com leptospiras (1X 106 bactérias/mL), impregnadas em papel de filtro,que foram armazenadas a 4°C por 7 dias, 1 mês, 3 meses, 6 meses e 1 ano, apresentaram positividade em todos os períodos. As amostras de sangue à fresco apresentaram positividade em todos os períodos. Todas amostras de sangue sem contaminação com leptospiras foram negativas (especifidade 100%). A sensibilidade da qPCR em amostras de sangue impregnadas em papel de filtro foi de 100%. Este estudo demonstrou que amostras de sangue impregnadas em papel filtro se mostraram estáveis para o diagnóstico de leptospirose por qPCR e, portanto, poderá ser uma potencial ferramenta para melhorar o diagnóstico e a vigilância da leptospirose, principalmente em regiões remotas e com poucos recursos