Religiosidade e qualidade de vida relacionada à saúde de idosos: estudo populacional na cidade de São Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Abdala, Gina Andrade
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7139/tde-12092014-150718/
Resumo: Introdução: Associação entre religiosidade e qualidade de vida tem crescido consideravelmente nos últimos anos. Embora a maioria desses estudos seja de corte transversal e associem-se à qualidade de vida geral, alguns deles demonstraram que a religião ocupa um papel importante nas dimensões da qualidade de vida relacionada à saúde de idosos. Objetivo: Testar o efeito mediador da religiosidade entre os fatores sociodemográficos e a qualidade de vida relacionada à saúde de idosos. Metodologia: Trata-se de um estudo observacional, de corte transversal e de base populacional, desenvolvido como parte do estudo Saúde, Bem Estar e Envelhecimento (SABE). A amostra foi composta por 911 idosos da cidade de São Paulo, com idade mínima de 60 anos, residentes na comunidade. Análises utilizando a Modelagem de Equações Estruturais (MEE) foram realizadas, a fim de verificar o efeito mediador da religiosidade na relação entre variáveis selecionadas e a Qualidade de Vida Relacionada à Saúde (QVRS) dos idosos, com modelos separados para homens e mulheres. Para essas análises, utilizou-se o programa SPSS AMOS (IBM, versão 22). As variáveis independentes selecionadas foram: idade, escolaridadade, funcionalidade familiar (APGAR familiar) e multimorbidade (mais de duas doenças referidas). A variável de desfecho foi a QVRS, medida pelo SF-12, em seus componentes físico (CF) e mental (CM). As variáveis mediadoras foram a religiosidade organizacional (RO: frequência à igreja ou cultos religiosos), a religiosidade não organizacional (RNO: prática de atividades religiosas privativas, como oração) e a religiosidade intrínseca (RI: significado e importância da religião). Os coeficientes Alfa de Cronbach foram de 0,85 para o CF, 0,80 para o CM, 0,89 para a RI e 0,91 para o APGAR. Resultados: Maiores níveis de religiosidade organizacional e intrínseca foram preditores de uma melhor qualidade de vida física e mental para os idosos, assim como maior escolaridade, melhor funcionalidade familiar e menor número de doenças contribuíram diretamente para um melhor desempenho no CF e no CM, independente da RO, RNO e RI. Para as mulheres, a RO mediou a relação entre a idade e os componentes físico (=2,401; p<0.01) e mental (=1,661, p<0,01). Para os homens, a RI mediou a relação entre a escolaridade e o componente mental (=7,158, p<0,01). Conclusão: Este estudo ratifica a importância da religiosidade, da escolaridade, da funcionalidade familiar e da multimorbidade como fatores que influenciam a QVRS dos idosos e evidencia o efeito benéfico da religiosidade organizacional e intrínseca sobre a influência da idade e a escolaridade na qualidade de vida relacionada à saúde desses idosos