Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2011 |
Autor(a) principal: |
Ferraz, Beatriz Mangione Sampaio |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-30082011-144217/
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Resumo: |
Esta pesquisa buscou identificar e interpretar as representações de educação de bebês e crianças pequenas das profissionais docentes de creche. Os sujeitos foram as profissionais responsáveis pelas crianças de 0 a 2 anos, em uma creche empresarial no município de São Paulo, localizada no Campus de uma Universidade. Esta pesquisa se configurou como do tipo etnográfica, de caráter interpretativo envolvendo a estratégia de estudo de caso. Para a identificação das representações foram utilizados como procedimentos: entrevistas formais e informais; registros fotográficos e observações diretas da prática. Estas observações foram realizadas em três grupos e tiveram frequência semanal durante 3 meses. Além da coleta de dados junto às profissionais e o registro do caderno de campo da pesquisadora, foram analisados registros sobre o cotidiano com as crianças e também planejamentos e rotina dos grupos. Realizou-se um estudo a partir de documentos oficiais, produções acadêmicas, e a literatura produzida sobre experiências de educação de bebês em instituições educacionais com a intenção de apreender, compreender e interpretar as variáveis envolvidas nas representações identificadas. A análise das informações coletadas ao longo da pesquisa de campo teve como referencial a teoria das representações e do método genealógico proposto por Lefebvre (1983). O estudo do cotidiano da creche apontou que as práticas cotidianas nela encontradas não apenas refletem sua história, mas também a antecipam. Ao nível de suas representações as educadoras pareciam se restringir às limitações de suas próprias experiências, porém, ao nível da prática o mesmo não parecia ocorrer. O grupo de educadoras apresentou elementos de mudanças da história, construindo o potencial de um futuro com práticas transformadoras. O estudo das representações apontou que a creche é compreendida como tendo a função de socializar, favorecer a autonomia e o desenvolvimento infantil. O estudo do cotidiano aliado à análise das representações das educadoras indicou que, apesar da compreensão da função da creche como cuidar/educar crianças estar presente em suas representações ainda não aparecem incorporadas. Ao falar sobre proposta educativa, constatou-se que compreendem como educativo aquilo que devem ensinar às crianças, em uma perspectiva mais formal de ensino, passando a dar destaque não somente aos conteúdos voltados à formação pessoal e social, mas também aos conteúdos das diferentes linguagens, somando-os à função da creche e se aproximando de uma concepção mais integrada de cuidado/educação. A análise das representações também revelou contradições entre o discurso e a prática no que se refere à representação de criança, da relação com as famílias e do papel do professor. As crenças em que se originam suas representações estão pautadas em experiências profissionais e pessoais anteriores, em conhecimentos em torno da história desse segmento e carecem de escuta e reflexão em torno do que revela o cotidiano. Evidenciou-se que falta às educadoras a possibilidade de elaborar de forma crítica as experiências da prática educativa, tanto no que se refere ao cotidiano como no que se refere às suas representações, relacionando-as com as representações de outros sujeitos, com toda a história dessa instituição e com a história singular da creche em que trabalham. |