Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2005 |
Autor(a) principal: |
Prado, Sonia Regina Leite de Almeida |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7136/tde-27012006-105705/
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Resumo: |
O sistema de saúde do Brasil, enquanto aparato jurídico-legal, é sem dúvida um dos mais avançados do mundo, porém quando se contextualizam as dimensões sócio-culturais, políticas e econômicas onde esse sistema se concretiza, surgem contradições de diversas ordens. Avançar na consolidação do Sistema Único de Saúde - SUS implica a busca de novos mecanismos que convirjam na superação de dificuldades inerentes à nossa realidade social. Um dos mais importantes mecanismos rumo a essa direção tem sido a construção de modelos assistenciais favorecedores da efetivação dos princípios do SUS. É nesse novo contexto de diferentes formas de organização da assistência que surgem indagações com relação à qualidade da atenção básica prestada na rede pública. Buscando uma melhor delimitação do problema, elegeu-se o princípio da integralidade como um atributo essencial na qualidade do cuidado prestado e quatro dimensões da integralidade foram consideradas para sua análise: fatores contextuais, organização dos serviços / modelos assistenciais, prática da integralidade no cuidado prestado e efeito dos cuidados prestados sobre a saúde da criança. Buscando avaliar, na atenção básica prestada à saúde da criança, a prática da integralidade em serviços de saúde com modelos assistenciais distintos, este estudo de caso de natureza transversal, exploratório-descritivo, que integrou um projeto mais amplo, foi desenvolvido em duas unidades de saúde localizadas no município de São Paulo. Embora ambas integrassem o SUS, cada uma das unidades de saúde atuava com modelos assistenciais distintos: uma, localizada na região Sul do município, tinha a assistência organizada conforme o modelo tradicional de atenção à saúde (sem-PSF), e a outra, localizada na zona leste da cidade de São Paulo, tinha como eixo estruturante da assistência à saúde, o Programa de Saúde da Família (com-PSF). Variáveis contextuais, da estrutura e do processo de atenção foram levantados a partir de entrevistas domiciliares com responsáveis pelas crianças (n=195), entrevistas com profissionais de saúde, anotações em prontuário e dados provenientes de sistemas de informação. A análise dos dados possibilitou concluir que tanto a influência do contexto como a organização do serviço, no modelo com-PSF, promovem condições objetivas facilitadoras de uma prática mais integral. No entanto, as ações desenvolvidas e seu efeito sobre a situação de saúde-doença da população ainda não mostraram a incorporação do princípio da integralidade, sobretudo com relação ao caráter curativo da atenção prestada e da dificuldade de acesso. Vale ressaltar, duas questões importantes implícitas nesse contexto, uma relacionada aos profissionais de saúde e outra ao princípio da universalidade. Quanto à primeira questão é preciso contextualizar que o exercício da integralidade prevê um perfil profissional com conhecimentos, habilidades e atitudes direcionados para as diretrizes da atenção básica, o que ainda representa uma grande dificuldade Com relação à questão da universalidade de acesso, observa-se uma seletividade da clientela atendida no modelo com-PSF, o que de um lado, garante mais o acesso para alguns, porém por outro lado, não responde a uma questão fundamental colocada na atual sociedade brasileira, que é a exclusão social. A mudança deve ser entendida de forma processual e dialética. Portanto permanecem como desafios na arena da construção do SUS, a mudança do modelo assistencial e o acesso aos serviços de saúde. |