Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Legore, Ana Claudia Alves |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59140/tde-24102019-143125/
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Resumo: |
O presente trabalho tem como objetivo compreender como se desenvolvem, nas relações de ensino, modos de (não) participação entre/de estudantes com ou sem deficiência e professores, que podem ser entendidas como ações de (não) pertencimento às práticas educativas. Problematiza-se, com um grupo de professores e estudantes, como eles entendem essas práticas e como se relacionam com as chamadas Políticas Públicas de Educação e como a observação ativa em sala de aula explicita (ou não) essas percepções acerca das práticas educativas e colaborativas. Para compreender o objeto de estudo, foram entrevistados professores(as) e estudantes do Ensino Fundamental e Médio e realizadas observações em sala de aula. Os dados foram organizados em categorias que envolvem as temáticas da pesquisa e analisados como unidades discursivas em dois momentos (na entrevista e na observação in loco). Os temas do fracasso e da evasão escolar, pontos de partida da pesquisa, foram estudados por meio de referenciais teóricos da educação, da sociologia e da psicologia, principalmente socialistas. A metodologia qualitativa com abordagem de inspiração etnográfica deu base para uma análise dos dados que foram triangulados a partir dos discursos dos(as) professores(as) - aluno(as) - e observação de sala de aula. Os resultados mostraram que os professores relacionam as práticas pedagógicas com as Políticas Públicas de Educação por meio de ações pontuais; o conceito de Política Pública foi descrito como obrigatoriedade da presença em sala que era percebida como condição dos programas de assistência, como o Bolsa Família, ou pela imposição de um currículo prescrito por avaliações externas. Identificou-se que os estudantes percebem minucias que direcionam para o cumprimento de um currículo e nem sempre \"sobra espaço\" para que eles participem, cada um a seu tempo e nas suas condições, de práticas educacionais formativas de uma cidadania participativa, solidária e colaborativa. Como consequência, os estudantes delegam a resolução dos problemas diários aos adultos que detém o poder e o conhecimento, de todo modo, eles gostariam que pudesse ser diferente. As observações em sala de aula indiciaram que, de fato, a hierarquia, a detenção do conhecimento e a organização dos espaços e tempos da aula, são de responsabilidade da figura do(a) professor(a). Problematiza-se assim, pontos importantes das Políticas educacionais que apregoam a participação colaborativa, a gestão compartilhada, o direito ao acesso e a permanência na escola tanto quanto a aprendizagem de qualidade a todos(as). Conclui-se que as relações (de ensino) podem repetir ações, práticas e discursos que alimentam e colocam em movimento os elementos essenciais de uma superestrutura social; como esses elementos se (re) produzem nas relações cristalizando fenômenos históricos e; como as relações podem ser consideradas formas educativas em que os sujeitos se reconhecem na universalidade do gênero humano constituindo um coletivo para que todos e todas possam ser inseridos de fato na sociedade. |