Obesidade abdominal e sua associação com fatores socioeconômicos e de estilo de vida em adolescentes: um estudo multicêntrico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Forkert, Elsie Costa de Oliveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5137/tde-23012020-122007/
Resumo: Nas últimas décadas a prevalência mundial de sobrepeso/obesidade duplicou entre adolescentes, especialmente nos países de baixa média-renda. Como indicador de obesidade total amplamente utilizado em estudos, temos o índice de massa corporal (IMC). Entretanto, danos prematuros à saúde reconhecidamente pioram, quando o excesso de gordura local está presente, como ocorre na obesidade abdominal (AO). Circunferência da cintura (CC) e relação cintura/estatura (RCE) são índices antropométricos utilizados com alta sensibilidade para definir a OA. Sendo esta um componente da síndrome metabólica (MetS), em adolescentes apresenta associações positivas mais precisas com fatores de risco cardiovascular, do que o IMC. Identificar principais fatores de risco associados a obesidade total/abdominal torna-se primordial na implementação de estratégias educativas/preventivas. O objetivo deste estudo é avaliar se existem associações entre fatores socioeconômicos e de estilo de vida com a obesidade total/abdominal em adolescentes. Dados de dois estudos transversais de baseescolar foram utilizados, um multicêntrico europeu (HELENA-CSS: Healthy Lifestyle in Europe by Nutrition in Adolescence Cross-Sectional Study) e um brasileiro (BRACAH study: Brazilian Cardiovascular Adolescent Health). Adolescentes de escolas privadas e públicas de áreas urbanas foram selecionados por amostragem aleatória, em estágios múltiplos. O HELENA-CSS envolveu 3528 adolescentes (52,3% meninas; 12,5-17,5anos) de 10 cidades europeias, e o brasileiro 991 adolescentes (54,5% meninas; 14-18anos) da cidade de Maringá (PR). Os desfechos foram a obesidade total mensurada pelo IMC e a OA mensurada por dois indicadores: CC e RCE. As variáveis independentes analisadas foram os indicadores socioeconômicos [condição socioeconômica familiar, nível de educação dos pais, nível de ocupação dos pais (este apenas no HELENA-CSS)], e variáveis do estilo de vida (comportamentos sedentários, atividade física, tempo de sono, consumo do café da manhã). Associações entre os desfechos e variáveis independentes foram analisadas utilizando regressão linear multinível sendo estratificadas por estudo, sexo e tempo de sono; e ajustadas por confundidoras. A significância foi fixada em Alfa = 5%. Análises ajustadas mostram associação inversa entre o nível educacional dos pais e o nível de ocupação paterno com os indicadores de OA, nas meninas europeias. Entre os meninos europeus há associação significativa com estes dois desfechos, e o nível de ocupação materna. A RCE associase negativamente com a condição socioeconômica familiar e ocupação materna entre as meninas europeias, e com o nível educacional dos pais entre os meninos europeus. Entre adolescentes brasileiros não há associação significativa. Pular o café da manhã está associado positivamente com indicadores de obesidade total e abdominal entre adolescentes europeus. Entre meninos brasileiros a obesidade total associa-se inversamente as horas de sono. Após a análise estratificada pelo tempo de sono observase associação entre os desfechos e pular o café da manhã em adolescentes europeus, e meninos brasileiros. Excesso de comportamento sedentário ( >= 2h/dia ) mostra associação positiva com os indicadores de OA em meninas europeias, mesmo as que relatam dormir adequadamente ( >= 8h/dia ). Conclui-se que o nível educacional dos pais e principalmente o materno associa-se com a obesidade abdominal em adolescentes europeus, e não consumir o café da manhã é um importante fator de risco para obesidade total/abdominal entre adolescentes europeus e meninos brasileiros