Método de análise estatística para combinação de cultivares em consórcio

• Ano de defesa: 1983
• Autor(a) principal: Geraldi, Isaias Olívio
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
• Palavras-chave em Português: ANÁLISE ESTATÍSTICA DE DADOS; CONSORCIAÇÃO DE CULTURAS; VARIEDADES VEGETAIS
• Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11137/tde-20200111-121410/

O presente trabalho teve como objetivo principal elaborar uma metodologia estatístico-experimental para avaliar o comportamento de cultivares de duas espécies diferentes combinadas em consórcio, e paralelamente testar esta metodologia, no estudo de uma amostra de cultivares de milho e de feijão avaliadas em consórcio e em monocultivo. A metodologia proposta pressupõe que as cultivares das duas espécies em consórcio sejam combinadas segundo o arranjo dialélico, e que a produção de grãos de ambas seja transformada em uma variável comum, através da relação de preços entre elas no mercado. O modelo matemático empregado corresponde a uma adaptação do modelo de GARDNER e EBERHART (1966) para os cruzamentos dialélicos. Com base neste modelo, foram obtidas as fórmulas para a estimação dos componentes de médias e das somas de quadrados, utilizando-se o método dos quadrados mínimos. Foram adaptados ainda ao estudo de competição os conceitos empregados em genética para os cruzamentos dialélicos, entre eles, os efeitos da capacidade geral de competição, capacidade especifica de competição e efeito geral de consórcio que mede a capacidade de complementação entre as duas espécies. Os ensaios de avaliação foram realizados no ano agrícola de 1979/80 em Sete Lagoas (MG), utilizando-se seis cultivares de feijão diferentes hábitos de crescimento- e seis cultivares de milho de diferentes portes e graus de variabilidade genética, que permitiram 36 combinações diferentes em consórcio. Estes 36 tratamentos foram avaliados em um látice simples duplicado 6 x 6 (quatro repetições), enquanto que as cultivares em monocultivo foram avaliadas em delineamentos em blocos casualizados com quatro repetições. A metodologia elaborada mostrou-se bastante abrangente para explicar o comportamento das cultivares de milho e feijão em consórcio, em relação ao comportamento das mesmas em monocultivo, bem como na detecção de algumas propriedades das cultivares, favoráveis para o cultivo no sistema consorciado. A comparação desta metodologia com algumas outras convencionais mostrou que, entre outros aspectos, o efeito geral de consórcio (cij) e mais eficiente que a razão da área equivalente (RAE) para a comparação da eficiência biológica das diferentes combinações. As melhores combinações de milho e feijão em consorcio foram aquelas onde ocorreu uma alta complementação entre as cultivares (alto efeito geral de consórcio), ao contrário das piores combinações. No geral, as combinações favoráveis envolveram cultivares com alta capacidade geral de competição e vice-versa. Algumas exceções ocorreram devido à magnitude da capacidade especifica de competição. Para as cultivares de milho constatou-se a ocorrência de uma boa concordância entre o comportamento em consórcio e em monocultivo, ao passo que para as cultivares de feijão não houve boa concordância, indicando, para esta espécie, interação entre cultivares e sistemas de cultivo. Entre as características responsáveis por um bom desempenho em consórcio, para as cultivares de feijão, puderam ser detectadas as seguintes: alta produtividade em monocultivo, baixa redução da produção em consórcio, pouca interferência com o milho (baixa agressividade) e precocidade. Recomendou-se que tais características sejam tomadas como critérios de seleção em um programa de melhoramento para consórcio.