Balanço de <sup>15</sup>N e perdas de amônia por volatilização em pastagem de capim-elefante

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1999
Autor(a) principal: Martha Júnior, Geraldo Bueno
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11139/tde-20210918-212228/
Resumo: Para acessar o comportamento do nitrogênio (N) proveniente da uréia (U) e do sulfato de amônio (SA), quando aplicados a lanço e em superfície sobre uma pastagem de capim-elefante (<i>Pennisetum purpureum</i>, Schum.) cv. Napier, foram estabelecidos dois experimentos, um no final do verão (FV - 27 /02 à 23/03/1998) e outro no início do outono (IO - 05/05 à O 1/06/1998). Nessas duas épocas, avaliou-se o balanço de N na área vegetada (AV) da pastagem utilizando-se fertilizante <sup>15</sup>N e microparcelas e as perdas de amônia (NH<sub>3</sub>) por volatilização na área não vegetada (ANV) do pasto por intermédio de sistemas coletores semi-abertos estáticos. A proporção de AV (ou basal) do pasto foi determinada através de três métodos, o fotográfico (F), o da trena (T) e o do quadrado (Q). No estudo de volatilização de NH<sub>3</sub> foram testadas duas doses de U (U1 = equivalente a 100 kg N.ha-<sup>1</sup> .aplicação-<sup>1</sup> e U2 = equivalente a 136 kg N.ha-<sup>1</sup> .aplicação-<sup>1</sup>) e uma de SA (SAM= equivalente a 100 kg N.ha-<sup>1</sup> .aplicação-<sup>1</sup>), mas para o estudo de balanço de <sup>15</sup>N, tanto a U como o SA foram aplicados na pastagem numa única dose (equivalente a 100 kg N.ha-<sup>1</sup> .aplicação-<sup>1</sup>). A extrapolação dos números obtidos nas microparcelas permitiu que a produção de matéria seca (PMS) e o rendimento de N (RN), que foi o resultado do produto entre PMS e teor de N total (NT) num dado componente, fossem expressos em kg .ha-<sup>1</sup>. Em todos os casos, adotou-se um delineamento de blocos completos casualizados com seis repetições e seguiu-se os procedimentos da análise conjunta dos experimentos. Para as avaliações de volatilização de NH<sub>3</sub> utilizou-se o número de dias após a adubação como covariável. As comparações entre F (42% da superfície da pastagem) e T (48% da superfície da pastagem) foram diferentes (P < 0,05), mas as comparações entre T e Q (44 % da superfície da pastagem) e F e Q foram semelhantes (P > 0,05). Assim, os experimentos de balanço de <sup>15</sup>N e de volatilização de NH<sub>3</sub> tiveram como base a AV média dos métodos T, Q e F, isto é, 44 % da superfície da pastagem (ou 56 % de ANV). As PMS da parte aérea (PA), sistema radicular (SR), vegetação (VEG = PA + SR) e liter (LIT) não foram afetadas pela fonte de N (P > 0,05), entretanto, verificou-se que a época de aplicação do fertilizante nitrogenado afetou significativamente a PMS da PA (P < 0,05) e a PMS do LIT (P < 0,001). Para a PA, obteve-se maior PMS no FV, ao passo que, para o LIT, notou-se maior PMS no IO. A PMS da VEG foi significativamente afetada (P < 0,05) pela interação fonte de N x época de adubação e, esse fato, foi explicado pela redução (P < 0,05) na PMS da VEG nas parcelas adubadas com U no IO, quando comparadas às parcelas que receberam U no FV. O teor de NT na PA foi superior (P < 0,05) no IO, em comparação com o FV, sendo o oposto observado para os valores de NT nos componentes solo de 0 a 0,10 (S1) e de 0,10 a 0,25 m (S2), que reduziram (P < 0,05) do primeiro para o segundo período. Quanto ao RN, constatou-se efeito de época para as variáveis RN na PA (P < 0,01) e RN no LIT (P < 0,001) e efeito da interação época de aplicação do N x fonte do adubo para RN no SR (P < 0,05) e RN na VEG (P < 0,05). No caso da PA, os valores de RN foram maiores no FV, enquanto que o RN no LIT foi superior no IO. As interações fonte de N x época de adubação observadas para o RN no SR e RN na VEG foram consequência do menor RN nas adubações com U no IO, em relação às adubações com U praticadas no FV. Quanto à recuperação do fertilizante <sup>15</sup>N (% do total aplicado) nos componentes formadores do sistema solo-planta (SP = PA + SR + LIT + S1 + S2), verificou-se efeito significativo apenas para fonte de N no componente PA, que revelou maiores recuperações do N proveniente do SA (24,3%), quando comparado ao N proveniente da U (19,7 %). Constatou-se, também, uma tendência (P = 0,0520) do SA ser melhor recuperado no sistema SP (74,9% do total aplicado na média das duas épocas), do que a U (53,7% do total aplicado na média das duas épocas). As quantidades totais de NH<sub>3</sub>, volatilizadas no FV (num período de 16,7 dias após a adubação) foram significativamente (P < 0,001) superiores aos valores observados no IO (num período de 20,8 dias após a adubação) para todos os tratamentos. No FV, a volatilização total desse gás nos tratamentos U1 (45,15 kg.ha-<sup>1</sup> ANV) e U2 (44,55 kg.ha-<sup>1</sup> ANV) foram semelhantes (P > 0,05) e maiores (P < 0,001) do que os resultados observados em SAM (11,96 kg.ha-<sup>1</sup> ANV). Por outro lado, no IO não houveram diferenças (P > 0,05) na quantidade total de NH<sub>3</sub> volatilizada entre os tratamentos U1 (8,52 kg.ha-<sup>1</sup> ANV) e SAM (9,32 kg.ha-1<sup>1</sup> ANV) e U2 (9,83 kg.ha-<sup>1</sup> ANV) e SAM, porém, as perdas de NH<sub>3</sub> em U1 foram inferiores (P < 0,01) às registradas em U2. Com base nesses resultados, pode-se concluir que o SA foi mais eficiente do que a U na média das épocas, porém, esse efeito não foi suficiente para determinar uma maior PMS, teor de NT ou RN nas parcelas que receberam o SA. Além disso, embora a eficiência (% de perda em relação ao total de N aplicado) do fertilizante nitrogenado (acessada pelo balanço de <sup>15</sup>N e pela volatilização de NH<sub>3</sub>) no FV tenha sido inferior ao IO, a aplicação do adubo nitrogenado deve ser efetuada no FV e não no IO, tendo em vista os maiores valores de PMS e RN observados no primeiro período.