Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Lima, Monique Cristine Silva |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/21/21134/tde-16032022-102737/
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Resumo: |
A Cultura Oceânica (CO) é um termo que foi cunhado nos Estados Unidos nos anos 2000 e é definida como a compreensão da influência do oceano sobre o indivíduo e do indivíduo sobre o oceano. Desde então, o termo tem sido difundido pelo mundo, mas no Brasil ainda é pouco conhecido. Com o estabelecimento da Década das Nações Unidas da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável, o cenário se mostra propício para mudanças positivas. Com o uso do International Ocean Literacy Survey (IOLS), uma ferramenta de 86 questões desenvolvida para medir o nível de CO de indivíduos de forma universal, este estudo buscou aplicá-lo com uma amostra de adolescentes e adultos brasileiros, a fim de saber qual seu nível de CO, quais princípios estão possivelmente assimilados e o que isso pode informar sobre o desenvolvimento da Década do Oceano no Brasil. O IOLS foi divulgado por meios virtuais e aplicado aos interessados em conjunto com um questionário socioeducacional e demográfico para potenciais respondentes em todo o Brasil que tivessem pelo menos 15 anos de idade. Foram obtidas 965 respostas válidas, englobando participantes de todos os estados brasileiros, com 91% de adultos e 9% de adolescentes. A mediana de acertos no IOLS foi de 63 ± 14 pontos, sendo que 77,6% (n=749) dos participantes acertaram na faixa de 51 a 75 pontos, o que corresponde à faixa de nível alto de CO. O princípio mais bem compreendido pelos participantes foi o 6, O Oceano e a humanidade estão fortemente interligados, enquanto que o menos compreendido foi o 5, O Oceano suporta uma imensa diversidade de vida e de ecossistemas. Ao relacionar o desempenho dos participantes com os dados socioeducacionais e demográficos, a partir do Teste Chi-Quadrado, observou-se que a participação em atividades de educação ambiental marinha apresentou maior tamanho de efeito relativo no desempenho no IOLS, com V de Cramer igual à 0,25 e correlação positiva (p<0,05) com níveis alto e muito alto de CO. Em seguida, apareceram o conhecimento sobre a Década do Oceano (V = 0,244), profissão (V = 0,218), escolaridade (V = 0,198) e busca por informação sobre mar, oceano e afins (V = 0,196). Apesar do nível alto de CO observado nos participantes deste estudo, não é possível afirmar sobre serem plenamente alfabetizados oceanicamente, visto que o questionário foi concebido apenas para a mensuração da capacidade de conhecimento, e não de comunicação e tomada de decisão (igualmente importantes para a CO). O IOLS se beneficiaria de ajustes e seu uso deve ser difundido, especialmente por ter potencial de ser a principal ferramenta de mensuração de CO para a Década do Oceano. |