Formas de ocupar o impossível: corpo, afeto e transformação social no processo de urbanização da tríplice fronteira amazônica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Oliveira, Thiago de Lima
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8134/tde-07102022-203256/
Resumo: No final da década de 1960, um conjunto de ações governamentais chamou atenção pelo modo como o Estado brasileiro passou a investir em grandes projetos de intervenção e desenvolvimento da região Amazônica. Essas ações, contudo, configuravam parte de um histórico mais longo, marcado pela presença persistente e violenta do poder estatal. Nessa histórica, as cidades ocupam uma posição central, pelo modo como permitem a instalação de mecanismos institucionais necessários às práticas de estado, mas também pelo modo como congregam coletividades marcadas por múltiplas categorias de diferenciação. Localizada em uma intersecção de estudos antropológicos sobre gênero e sexualidade e antropologia urbana, esta pesquisa buscou analisar as relações entre sexualidade e urbanização em um contexto específico do território amazônico: a região do Alto Solimões. Em termos metodológicos, este trabalho é de natureza etnográfica, baseada na pesquisa de campo in loco desenvolvida entre 2016 e 2018 e da análise centrada no registro das narrativas e experiências de pessoas LGBTI+ sobre a urbanização do Alto Solimões, tríplice fronteira entre Brasil, Peru e Colômbia. A pesquisa evidenciou a invisibilidade que gênero e sexualidade ocupam no discurso oficial sobre a colonização da Amazônia, destacando também os dissensos resultantes dela. As formas de mobilização pessoais e coletivas produzidas por pessoas LGBTI+ são entendidas aqui como respostas e como formas de rebeldia aos efeitos do acesso precário aos espaços institucionais. Reconhecer essas lógicas de invisibilidade é um recurso importante para estabelecer uma análise crítica das formas diferenciais de acesso e experiência de cidade, especialmente no que tange à cidadania e à garantia de condições dignas de vida de pessoas LGBTI+.