Estudo da reserva de perfusão miocárdica pelo ecocardiograma com contraste em tempo real, em indivíduos com hipercolesterolemia grave, antes e após tratamento com inibidores da HMG-CoA redutase

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Lario, Fábio de Cerqueira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5131/tde-31082009-160424/
Resumo: INTRODUÇÃO: A hipercolesterolemia provoca alterações inflamatórias no sistema cardiovascular, induzindo disfunção endotelial e mudanças estruturais na microcirculação, com alterações significativas da homeostase vascular, processo este reversível com o tratamento hipolipemiante. Clinicamente, tais fenômenos podem ser demonstrados pela avaliação da reserva de fluxo coronário e da reatividade vascular periférica. A ecocardiografia de perfusão miocárdica em tempo real (EPMTR) possui características que a tornam ideal para a avaliação da microcirculação coronária, como a utilização de contrastes intravasculares, além de ótimas resoluções temporal e espacial. MÉTODOS: 16 pacientes com hipercolesterolemia e sem lesões coronárias obstrutivas (grupo HF) e 10 indivíduos saudáveis, sem doença arterial coronária obstrutiva estabelecida (grupo controle) foram avaliados por EPMTR e por ultrassonografia da artéria braquial em dois momentos: pré-tratamento com atorvastatina no grupo HF (período livre de medicação >6 semanas) e 12 semanas após o primeiro exame. A análise do fluxo miocárdico foi realizada nos 17 segmentos do ventrículo esquerdo obtendo-se índices de volume de sangue relativo no miocárdio (AN), da velocidade do fluxo () e do fluxo miocárdico absoluto (ANx) na condição de repouso e durante a vasodilatação com adenosina. A reserva de fluxo foi definida como a razão entre o fluxo durante vasodilatação e o fluxo do repouso. Para estudo da reatividade vascular periférica, todos os indivíduos foram submetidos à ultrassonografia da artéria braquial, com avaliação dos diâmetros da artéria braquial antes e depois de um período de isquemia de 5 minutos. RESULTADOS: Os dois grupos foram comparáveis quanto à idade, sexo, peso, superfície corpórea, índice de massa corpórea, índice de massa do VE, frequência cardíaca e pressões arteriais sistólica e diastólica, tanto no repouso quanto durante a infusão de adenosina. Os valores evolutivos de LDL-C (mg.dL-1) nos dois momentos foram 106±36 e 107±35; p=NS para o grupo controle vs 278±48 e 172±71; p<0,001 para o grupo HF. Na avaliação inicial, a dilatação braquial estava reduzida nos pacientes do grupo HF 0,08±0,04 vs 0,15±0,02; p<0,001 relativamente ao grupo controle, com aumento do diâmetro arterial basal (mm): 3,42±0,63 vs 3,07±0,53; p<0,001. O grupo HF, quando comparado ao grupo controle na avaliação inicial, apresentava valores mais altos de AN: (dB) 0,56±0,08 vs 0,49±0,05; p=0,02, de (s-1) 0,56±0,14 vs 0,45±0,04; p=0,02 e ANx: (dB.dB-1 s-1) 0,28±0,06 vs 0,20±0,02; p<0,001, maiores valores de AN: durante infusão de adenosina 0,64±0,08 vs 0,57±0,06; p=0,001 e menores reservas de : 2,59±0,61 vs 3,25±0,45; p=0,001 e de ANx: 2,78±0,71 vs 3,43±0,66; p=0,03. Após o uso de atorvastatina, as alterações foram revertidas, tanto na circulação periférica quanto na coronária. CONCLUSÕES: A EPMTR monstrou que em indivíduos com hipercolesterolemia e sem doença coronária obstrutiva existe aumento do fluxo microvascular em repouso e redução da reserva de fluxo miocárdico. Após o tratamento com atorvastatina houve normalização do fluxo em repouso. Adicionalmente, alterações similares ocorreram na circulação periférica dos indivíduos hipercolesterolêmicos, revertidas por utilização da atorvastatina.