Prevalências e características clínico-epidemiológicas do câncer bucal e de cabeça e pescoço no Hospital Estadual de Bauru/SP

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Figueiredo, Andréa Mendes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/25/25144/tde-14102013-154333/
Resumo: O câncer tem sido considerado uma doença de países desenvolvidos e em desenvolvimento, sendo que a maior parte do ônus global do câncer é observada nos países em desenvolvimento, convertendo-se em um evidente problema de saúde pública mundial. Devido a sua alta incidência, prevalência e mortalidade, o câncer de cabeça e pescoço, é considerado um dos principais tumores no Brasil e no mundo, sendo o câncer bucal um dos tipos mais incidentes, correspondendo a 10% de todos os tumores malignos, com aproximadamente 390.000 novos casos a cada ano. As taxas de incidências variam conforme as regiões do Brasil, tendo a região sudeste e sul as maiores taxas de incidência do mundo, sendo a região sudeste responsável por 42% do número total de casos o Brasil. Os fatores de risco são tabagismo, alcoolismo, hábitos alimentares, radiação solar, vírus, idade, sexo, irritação mecânica/química, nível socioeconômico além de fatores genéticos. Embasados neste contexto, o objetivo deste estudo foi verificar a prevalência, perfil clínico e epidemiológico do câncer bucal e de cabeça e pescoço de pacientes registrados no Hospital Estadual de Bauru/SP, um hospital público no interior do estado de São Paulo, através de revisão de prontuários no período de junho de 2008 à janeiro de 2011, apresentando dados como: localidade, idade, sexo, etnia, prevalência da região anatômica, sintomas, tipo de encaminhamento, tipo histológico, estadiamento, fatores de risco, tratamento, índice de óbito, sobrevida e se o paciente tinha familiares. Foram analisados 177 prontuários, sendo 54% (96) dos pacientes provenientes de Bauru/Sp. Do total de pacientes, 156(88,14%) eram do gênero masculino e 21 (11,86%) do gênero feminino, com médias de idade respectivamente de 60,2 anos e 54,0 anos. Houve predomínio de indivíduos brancos com 141 (80,20%) casos. As regiões anatômicas mais acometidas foram a hipofaringe com 34(19,20%) casos e a língua com 30(16,95%) casos. Os sintomas relatados foram emagrecimento, dor, disfagia, disfonia, rouquidão, otalgia, hemorragia oral, trismo, xerostomia, necrose e odor fétido, os quais ocorreram associados ou isolados. Apenas 1 (0,06) paciente foi encaminhado pelo dentista, e quanto a diferenciação histológica, houve predomínio de carcinoma espinocelular com 98,30% dos pacientes. Foi constatado o câncer em grau III e IV (avançado) em 114 (64,40%) pacientes, com metástase em 45,20% (80) dos casos totais. Ficou evidenciado o consumo associado do fumo e álcool em 76 (42,94%) dos prontuários. Os tratamentos predominantes foram a quimioterapia isolada ou associada à radioterapia, considerada predominante devido ao avanço da doença. Do número total de casos, 83 (46,89%) pacientes foram à óbito com sobrevida média de 1,05 anos. Fundamentados em nossos resultados, ao aumento da expectativa de vida, do envelhecimento da população e da elevada magnitude do problema, sugerimos reavaliar medidas de promoção e prevenção de saúde a população e profissionais de saúde sobre o autoexame bucal e redução do consumo de fatores de risco. Programas educacionais para populações de alto risco com auxílio das Políticas Públicas de Saúde do município em meios de comunicação acessíveis as classes menos favorecidas, podem ser fundamentais para atenuar o número de casos novos de câncer.