Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Santos, Bianca Paes Garcia dos |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/100/100140/tde-27012022-214349/
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Resumo: |
O mundo do trabalho tem passado por profundas transformações, tornando-se mais intenso, flexível e precário, mediante ações em que se observa a retirada de direitos trabalhistas, o aumento da terceirização e da informalidade, a redução dos salários, a ampliação e flexibilização das jornadas, o enfraquecimento das ações sindicais e a valorização da ideologia do empreendedorismo. Os trabalhadores do turismo também foram afetados por essas metamorfoses, entre eles, os guias de turismo, a primeira e única profissão reconhecida e regulamentada do setor. Os guias de turismo são os profissionais que orientam, acompanham e transmitem informações aos turistas, proporcionam conhecimentos sobre a cultura local e sobre os atrativos a serem visitados. Ademais, atuam na mediação entre turistas, comunidade receptiva e empresas, sendo capazes de contribuir para a qualidade dos serviços turísticos e para a preservação da identidade e dos valores do destino. Contudo, pouco se sabe sobre as características do seu trabalho, no que tange o perfil do trabalhador, as dimensões e condições do trabalho, além da sua relação com tópicos da atualidade, como impactos da pandemia de Covid-19. Em razão disso, o objetivo principal desta pesquisa é caracterizar o trabalho do guia de turismo no Brasil e, especificamente, contextualizar a profissão em seus aspectos históricos e normativos, diferenciar o exercício profissional no Brasil e em outros países e, por fim, analisar a qualidade e as condições de sua atuação, identificando as principais manifestações de precariedade. Para tal, buscou-se uma proposta metodológica que produzisse resultados para subsidiar a prática transformadora da realidade. Por meio de pesquisa bibliográfica e documental sobre o mundo do trabalho e os guias de turismo, os temas foram contextualizados. Foram aplicados questionários aos guias de turismo do Brasil e de outros países, proporcionando a comparação do trabalho entre os territórios e identificando as diferentes formas de atuação. Com as entrevistas, compreenderam-se os diferentes aspectos do cotidiano desses profissionais, com detalhes sobre a rotina, comportamentos e experiências, viabilizando a identificação das contradições e dos conflitos que enfrentam, além das principais manifestações de precariedade do trabalho. Os resultados indicam que o trabalho do guia de turismo difere das outras Atividades Características do Turismo, especialmente no que tange às questões de faixa etária e escolaridade, no entanto, se assemelha em função das longas jornadas, baixos rendimentos, alta informalidade e estímulo à pejotização. Em suma, ao entender as características do trabalho do guia de turismo no Brasil, conclui-se que, apesar de ser uma profissão reconhecida e regulamentada, apresenta condições precárias, principalmente, em razão das longas jornadas e da alta informalidade que deixa os trabalhadores desassistidos dos direitos trabalhistas. Evidência dessa fragilidade foi vivenciada durante a pandemia, quando essa classe ficou completamente desamparada. Por fim, compreende-se que essa síntese se configura como nova problemática, portanto, é imperativo que se fomentem novas discussões sobre as condições de trabalho dos guias de turismo no Brasil, ao mesmo tempo em que se estimule a organização coletiva da classe para o combate à precarização do trabalho |