Manejo do nível freático visando a adaptação fisiomorfológica do feijoeiro (Phaseolus vulgaris sp) à hipóxia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2003
Autor(a) principal: Pereira, Jose Roberto Brito
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11143/tde-20191220-143627/
Resumo: O aproveitamento das terras de várzeas para o cultivo de plantas mesófitas, que adveio da necessidade de se expandir à área cultivada se insere atualmente dentro do objetivo maior de aumentar o rendimento por área e também da subsistência de pequenos produtores. O feijão é uma das culturas mesófitas de interesse para essas áreas, porém, necessita de sistemas de drenagem suficientes para garantir seu desenvolvimento, o que poderá causar um impacto ambiental e/ou a degradação do solo. Visando uma solução para esses problemas, de forma a garantir uma produção satisfatória ao produtor e sob as hipóteses de que um manejo do nível freático seria capaz de induzir adaptações fisiomorfológicas nas plantas, capazes de sustentar as mesmas durante um encharcamento temporário do solo; de que a incorporação de fibra de coco ao solo pudesse alterar beneficamente as condições físicas do mesmo e auxiliar a planta sob hipoxia, esse trabalho objetivou: a) Um manejo do lençol freático que melhor promovesse a indução na planta do feijoeiro, para as transformações fisiomorfológicas necessárias à sua adaptação ao encharcamento, avaliadas através dos parâmetros produtivos; b) Detectar as transformações fisiomorfológicas que venham ocorrer, advindas da indução e c) Avaliar o comportamento do feijoeiro, sob condição de hipoxia, em substrato com e sem a incorporação de fibra de coco. O trabalho foi realizado na área do Posto Meteorológico, no Campus da ESALQ/USP, Município de Piracicaba, SP, durante os meses de março a junho. Para a confirmação da adaptação da cultura, a mesma foi submetida ao encharcamento por 7 dias no estádio de florescimento. Após as análises e observações morfológicas das plantas, pode-se concluir que: 1) Os tratamentos hipóxicos aplicados induziram as plantas à modificarem- se fisiomorfologicamente, emitindo raízes adventícias, formando aerênquimas e alterando a transpiração e a resistência estomática, o que possibilitou a cultura concluir todos os seus estádios fisiológicos, até a maturação dos grãos; 2) A eficácia da indução à adaptação dos tratamentos T3, T4, e T5 ao encharcamento, ficou evidenciada pela resistência ao teste de adaptação à hipoxia e pela morte das plantas do T2, não induzido, ao segundo dia de alagamento; 3) Não foi possível identificar o manejo do nível freático mais eficaz na indução a adaptação hipóxica entre os tratamentos T3, T4 e T5,pelos parâmetros de produção analisados; 4) O tempo de duração do teste de adaptação à hipoxia aparentemente foi excessivo, sugerindo a redução para 5 dias, visto que esse é maior do que o dobro do tempo de resistência das plantas do tratamento T2, sem indução à adaptação, que foi de 2 dias. Esse procedimento poderá melhorar as respostas dos parâmetros de produção, com possível diferenciação entre os tratamentos hipóxicos, 5) A fibra de coco aplicada ao substrato das parcelas teve influência negativa no aspecto químico do solo, aumentando a condutividade elétrica do mesmo e, possivelmente, trazendo prejuízos na absorção dos nutrientes pelas plantas dessas parcelas. O efeito físico esperado que pudesse ser benéfico se mostrou muito tímido e de pouca duração sob as condições estudadas, não sendo recomendado para condições de alagamento