Os cordões litorâneos da planície de Una-Juréia, municípios de Peruíbe e Iguape, SP

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2004
Autor(a) principal: Bentz, Deise
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44136/tde-09032015-143208/
Resumo: A proposta desta Dissertação de Mestrado atende a três metas principais: explicar os processos formadores e remodeladores de alinhamentos de cordões litorâneos; compreender o modo como o feixe de cordões se relaciona com a evolução e interação dos sistemas deposicionais quaternários da planície litorânea de Una-Juréia; e reconstituir no tempo a evolução holocênica desta planície, no contexto do padrão regional de variação do nível relativo do mar, a partir dos atributos sedimentológicos associados à datação absoluta por Termoluminescência ou Luminescência Opticamente Estimulada. Na planície do Una, o sistema deposicional costeiro progradante é homogêneo, com desenvolvimento monótono de cordões contínuos e paralelos entre si e à linha de costa atual. O padrão de variação granulométrica transversal aos cordões é de afinamento do diâmetro médio e melhora de seleção rumo aos alinhamentos mais recentes. Mineralogicamente se observam evidências de dissolução pós-deposicional crescente nos cordões mas antigos. Na planície da Juréia, devido ao confinamento e maior porte das desembocaduras estuarino-lagunares, os padrões de variação sedimentológica, a distribuição das paleocorrentes de deriva litorânea e a geometria dos cordões são mais complexos. Os cordões internos apresentam alto índice ZTR e granulometria mais fina e bem selecionada que os externos. Uma paleodesembocadura existente junto ao morro da Juréia teria gerado, por efeito de molhe hidráulico, inversão local (para SW) da deriva litorânea residual, na parte nordeste da paleopraia. Com a desativação gradual dessa desembocadura, a deriva na região passou a ter o rumo dominante em escala regional (NE). Na porção centro-sudoeste da planície, a desembocadura do rio Ribeira de Iguape encontrava-se no atual curso do rio Suá Mirim, a NE do qual a deriva também de se encontrava invertida por efeito de molhe hidráulico. Com o fechamento desta desembocadura e a ativação ou intensificação da foz atual, localizada poucos quilômetros a SW, a deriva litorânea a NE do rio Suá Mirim assumiu seu padrão atual, para NE. As idades TL/LOE obtidas em perfis transversais, tanto no Una como na Juréia, e em amostras de paleoduna e paleopraia coletadas ao longo da praia da Juréia, são sugestivas de deposição no Holoceno. As regiões com mais intensa erosão em andamento coincidem com aquelas em que a linha de costa atual trunca diretamente o feixe de cordões com declinação para SW, formado a NE da Antiga desembocadura do Rio Ribeira de Iguape (atual Suá Mirim). Assim, a inversão local da deriva litorânea devido à mudança de posição da desembocadura do rio Ribeira de Iguape pode ser um dos fatores determinantes da erosão costeira evidente nas últimas décadas na parte centro-sul da praia da Juréia