A forma ambí­gua: diálogos entre arte, cidade e o público no Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Cavalheiro, Maria Helena
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Art
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16136/tde-07112019-174346/
Resumo: Originário do campo da sociologia e tido como base da formação sócio-política do Brasil, o termo patrimonialismo é empregado para designar a ausência de nitidez na fronteira entre as esferas pública e privada na estruturação de Estados e sociedades. Entre as consequências dessa configuração estaria a contaminação da esfera pública com interesses de ordem particular, comprometendo conceitualmente a noção de \"público\" como instância que deveria atender aos interesses coletivos da população. No âmbito das artes plásticas, para autores como Rodrigo Naves e Sônia Salzstein, a produção artística brasileira de corte moderno estaria imersa numa espécie de fundo emotivo, fenômeno que representaria esse embaralhamento entre o público e o privado. Para os autores, a poética intimista de certas obras brasileiras seria ainda indicativa de uma certa dificuldade de relação da nossa arte com o mundo exterior. Para analisar a questão, o principal artista abordado na pesquisa é Hélio Oiticica, cuja produção seria, em especial para Naves, uma espécie de ícone desse processo de interiorização que ele identifica na arte moderna brasileira. Na visão de Naves, a produção de Oiticica, que se inicia com uma clara vocação construtivista - que por sua vez remeteria aos ideais de um espaço público \"abstrato\" defendido pelos ideais modernos - sofreria uma série de inflexões que conduziriam à manifestação de uma subjetividade cada vez mais radical, e que Naves entende como uma tentativa de isolamento do mundo exterior. Após a apresentação de tais argumentos, são realizados alguns contrapontos focados na ideia de que as inflexões do programa de Oiticica não seriam necessariamente uma \"fuga\" em relação ao mundo real, mas sim uma reorientação ético-estético-crítica de sua produção, na busca por oferecer uma arte com vocação pública mais adequada à nossa realidade.