Utilização do modelo CROPGRO - dry bean na análise de risco climático da cultura do feijoeiro (Phaseolus vulgaris L.) na região de cerrados

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2001
Autor(a) principal: Meireles, Elza Jacqueline Leite
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11143/tde-20231122-093248/
Resumo: O presente trabalho teve como objetivo determinar as épocas de semeadura com menores riscos para a cultura do feijoeiro, em condições de sequeiro e irrigada, em Santo Antônio de Goiás, GO, utilizando-se as produtividades potencial e real, e a quebra relativa de produtividade, simuladas pelo modelo CROPGRO-dry bean, do Sistema DSSAT (Decision Support System for Agrotechnology Transfer). Inicialmente, foi feita a calibração dos coeficientes genéticos para os cultivares Mineiro Precoce e Carioca, utilizando-se os espaçamentos de 0,40 e 0,60 m, respectivamente, e duas doses de adubação, 300 e 500 kg.ha-1 da formulação 4-30-16, como também, os dados fenológicos, climáticos e de solo, medidos em Santo Antônio de Goiás. Posteriormente, o modelo calibrado foi testado em duas situações: a) Comparando dados observados e simulados de fenologia (datas de antese e de maturação fisiológica), índice de área foliar (IAF), matéria seca total, componentes de produção e produtividade, utilizando-se os espaçamentos, de 0,30 e 0,50 m, para o cultivar Mineiro Precoce, e de 0,40 e 0,50 m, para o Carioca, para as duas adubações, em Santo Antônio de Goiás; b) Comparando produtividades observadas a campo e simuladas, empregando-se dados experimentais do cultivar carioca, e diferentes tensões de água no solo durante três anos, para Planaltina, DF. Finalmente, utilizando-se uma série histórica de 21 anos de Santo Antônio de Goiás, analisou-se o risco de quebra relativa de produtividade, considerando-se as produtividades potencial e real simuladas, identificando-se as épocas de semeadura de menores riscos para o cultivo do feijoeiro. O modelo simulou satisfatoriamente a fenologia, a produtividade, e os componentes de produção, para os cultivares Mineiro Precoce e Carioca, nas duas doses de adubação e diferentes espaçamentos entre linhas. Embora o IAF e a produção de matéria seca total tenham apresentado correlações significativas entre valores observados e simulados, ocorreram subestimativas e superestimativas, ora no estádio vegetativo, ora no reprodutivo, para as diferentes situações. Constatou-se que alguns pontos simulados ficaram fora dos intervalos de confiança dos desvios padrões, indicando possíveis erros, sendo uma das limitações para se calibrar adequadamente um modelo de simulação. Tais erros podem estar relacionados à variabilidade espacial dos dados de solo, à coleta e amostragem de dados, e à incidência de pragas e doenças em algumas fases da cultura, fatores não considerados pelo modelo. O modelo calibrado para Santo Antônio de Goiás poderá ser utilizado em outras regiões, pois simulou satisfatoriamente a produtividade para Planaltina, desde que não ocorra deficiência hídrica muito severa. Sendo a cultura do feijoeiro de alto risco climático, é conveniente que se utilize irrigação suplementar nas semeaduras das “secas” e das “águas”, em Santo Antônio de Goiás, pois observou-se quebra de produtividade acima de 50% na semeadura das “secas”, e, em média, 34% na das “águas”. Na semeadura de “inverno” é necessário a irrigação durante todo o ciclo da cultura, pois foram verificados riscos acima de 95% nas quebras de rendimento.