Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2006 |
Autor(a) principal: |
Almeida, Alexandre Franca |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17137/tde-14102024-153933/
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Resumo: |
As deiscências das anastomoses colorretais estão associadas com elevada taxas de morbidade e mortalidade pós-operatória. A deiscência é a conseqüência da falha na cicatrização de uma anastomose. Muitos fatores estão associados com uma deficiente cicatrização e com o aumento da incidência de deiscências anastomóticas: fatores técnicos, fatores sistêmicos e fatores locais, como a radioterapia pré-operatória. Esta técnica de radioterapia vem sendo utilizada com grande freqüência no tratamento dos tumores de reto. Apresenta muitas vantagens como redução da recidiva pélvica, aumento do tempo livre de doença e aumento da sobrevida global, além da chance de uma cirurgia com preservação esficteriana devido ao rebaixamento do estadiamento que pode causar nos tumores de reto. Entretanto, muitas dúvidas existem quanto à segurança da confecção de uma anastomose colorretal na pelve irradiada, assim como qual seria o melhor momento para realizar a cirurgia após o final da radioterapia. Desta forma, foi desenvolvido este estudo experimental, com o objetivo de avaliar a cicatrização da anastomose após a radioterapia e estabelecer o intervalo mais adequado entre o fim da radioterapia e o tratamento cirúrgico com uma anastomose colorretal. Os animais utilizados foram os ratos, distribuídos em 3 grupos: um grupo controle submetido somente à confecção da anastomose, um grupo operado após 4 semanas do final da radioterapia pré-operatória e um grupo operado após 8 semanas. A radioterapia foi realizada com uma dose total de 4500cGy, fracionada em 5 semanas, 180cGy/dia. Após 7 dias da realização da anastomose, os animais foram sacrificados sendo feita no mesmo ato a avaliação macroscópica da cavidade abdominal e retirada do segmento contendo a anastomose no centro para avaliação histopatológica, dosagem de hidroxiprolina e imuno-histoquímica para metaloproteinase 1, inibidor da metaloproteinase 1 e VGEF - fator de crescimento endotelia vascular. A avaliação macroscópica demonstrou que todos os grupos apresentaram formação de aderência intraperitoneais, mas somente os grupos submetidos à radioterapia apresentaram deiscência e abscessos perianastomótico, embora sem significância estatística. A avaliação histopatológica demonstrou significado estatístico para os seguintes parâmetros: edema, congestão vascular, crosta fibrino-leucocitária, exsudato eosinofílilco, infiltrado macrofágico e hemorragia focal. A dosagem de hidroxiprolina demonstrou um maior volume no grupo operado após 8 semanas de forma estatisticamente significativa. Quanto à imuno-histoquímica, o grupo operado após 8 semanas apresentava maior concentração de metaloproteinase, com p > 0,05; não houve diferença entre os grupos quando comparados para a quantidade de inibidor da metaloproteinase 1 e VGEF. A comparação dos nossos resultados com a literatura demonstra tanto estudos com desfechos semelhantes, quanto resultados divergentes e controversos. Devido a uma grande variedade de metodologias empregadas tanto no esquema de aplicação da radioterapia pré-operatória, quanto na avaliação da anastomose, diversos resultados são obtidos a partir dos estudos clínicos e experimentais, tornando a comparação dos resultados entres o trabalhos científicos menos rigorosa. No nosso estudo, concluímos que a radioterapia não aumenta a incidência de deiscência pós-operatória; modifica a evolução normal do processo inflamação / cicatrização durante a avaliação histopatológica; uma maior dosagem de hidroxiprolina no grupo operado após 8 semanas sugere melhor momento para realização do procedimento cirúrgico, e a quantidade de metaloproteinase 1 está maior no grupo operado após 8 semanas, sugerindo uma maior lise de colágeno neste grupo. |