Rodas de leitura na escola: do envolvimento dos alunos aos processos de reflexão

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Bolognesi, Priscila Maria Sbizera
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-05062012-115930/
Resumo: Partindo dos pressupostos de que os alunos, desde as séries iniciais da escolaridade, têm papel ativo no próprio aprendizado, sendo capazes de elaborar concepções, lidar com hipóteses e adotar uma postura investigativa frente aos objetos de estudo, e de que a escola é a instituição responsável por inseri-los amplamente no mundo letrado, formando usuários competentes da língua escrita nas diversas situações comunicativas, o objetivo da presente pesquisa é investigar o potencial pedagógico de uma atividade de leitura literária: a roda de leitura. Com base no referencial socioconstrutivista, em especial nos estudos de Jean Piaget, Emilia Ferreiro, Lev Vygostky e Mikhail Bakhtin e, ainda, nos de Wanderley Geraldi, Délia Lerner, Regina Zilberman e Teresa Colomer sobre didática do ensino da língua ou da leitura literária na escola, o trabalho visa contribuir para revisão das práticas de ensino da leitura e da literatura no início da escolaridade. Concebendo a leitura literária como uma prática de fruição estética e um meio plural de acesso à cultura, a investigação apoia-se em três eixos de abordagem: a análise do vínculo de 28 alunos entre 7 e 8 anos de idade com as rodas diárias de leitura e com as histórias nelas apresentadas e o mapeamento das reflexões temáticas e linguísticas que eles foram capazes de tecer a partir de diferentes textos literários. Para tanto, organizaram-se duas situações de coleta de dados: uma roda de leitura de um conto e uma de uma crônica, ambas seguidas de questionários. Os dados coletados a partir das respostas aos questionários e também dos registros em diário de campo durante as leituras permitiram verificar que as crianças se vinculam tanto às rodas diárias de leitura como às histórias, por meio de mecanismos sociais, afetivos e cognitivos. No que tange às reflexões linguísticas e temáticas, os dados confirmaram diversas possibilidades de elaboração pessoal independentemente da competência para ler e escrever, o que comprova o potencial da roda de leitura para a formação de leitores críticos e autônomos. Além disso, ao evidenciar o caráter complexo e heterogêneo dos processos de aprendizagem da leitura, os resultados apontam a importância da organização de atividades que, respeitando as singularidades, promovam a aprendizagem para todos, favorecendo a formação de hábitos de leitura e despertando o gosto pela literatura.