Avaliação da acuidade visual de recém-nascidos pequenos para a idade gestacional pelos métodos do potencial visual evocado de varredura e cartões de acuidade de Teller

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: França, Valtenice de Cássia Rodrigues de Matos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47132/tde-29072009-152432/
Resumo: Objetivo: Avaliar os efeitos da desnutrição intra-uterina na acuidade visual (AV) de resolução de grades pelo Potencial Visual Evocado de Varredura (PVEv) e Cartões de Acuidade de Teller (CAT). Método: Avaliamos a AV de resolução de grades, binocularmente, de 41 recém-nascidos com idade estacional 37 semanas, destes 23 nasceram com o peso adequado para a idade gestacional (AIG - Idade: 14,3 ± 7,5 semanas) e 18 nasceram pequenos para a idade gestacional (PIG - Idade: 10,7 ± 4,1semanas). A AV foi determinada usando ambas as técnicas psicofísica (CAT) e eletrofisiológica (PVEv). Durante o teste dos CAT foram apresentados cartões contendo em um dos lados grades de ondas quadradas pretas e brancas com freqüência espacial entre 0,23 e 19 ciclos por grau de ângulo visual a 55 cm do participante. O teste iniciou com o cartão com a freqüência espacial mais baixa com orientação randômica desconhecida pelo experimentador. Cartões contendo freqüências espaciais mais altas foram apresentados gradativamente até que uma resposta incorreta ocorresse, então o cartão anterior era apresentado novamente. A AV foi definida pela média aritmética das freqüências espaciais contidas nos cartões para 4 reversões. Para o registro do PVEv, o sistema PowerDiva (Brosnahan et al., 1998) foi usado para gerar todos os estímulos e analisar as repostas provocadas. Estímulos de grades senoidais em reversão de fase em 3, 6 ou 10 Hz foram apresentados em monitor de vídeo monocromático de 21 polegadas com luminância média de 161,13 cd/m2. Registramos o eletroencefalograma com três eletrodos ativos (O1, Oz, O2) relacionados ao eletrodo de referência no vertex. Durante cada tentativa com duração de 10 segundos, resentávamos uma faixa de freqüência espacial que aumentava linearmente. Para cada condição (freqüência temporal - FT) foram usadas no mínimo três tentativas para estimar o limiar. Consideramos o canal que registrou a AV mais alta com boa razão sinal-ruído (SNR>3:1), fase constante e critério estatístico. Resultados: Não encontramos diferenças significativas na AV entre os grupos para nenhum dos métodos. Para o PVEv, não encontramos diferenças significativas na AV, amplitude, ruído ou SNR entre os grupos para nenhuma das FT. Análises intra-grupos mostraram que os valores de amplitude, SNR e ruído foram significativamente diferentes entre as freqüências temporais apenas para os PIG. Entretanto, os PIG até 8 semanas de idade mostraram uma tendência para amplitudes e SNR mais altas para a FT de 3 Hz comparadas aos AIG. Esses mesmos PIG mostraram uma tendência para valores de fase maiores respostas lentas) em comparação aos AIG. Entretanto, a taxa de desenvolvimento da fase foi maior para os PIG do que para os AIG em todas as FT. Conclusão. Não há alteração significativa na AV de recém-nascidos PIG, entretanto as informações de medidas supra-limiares são consistentes com a hipótese que a desnutrição intra-uterina torna as respostas visuais mais lentas entre a retina e o córtex visual. Os dados também sugerem de forma sutil que tais efeitos são passageiros afetando primariamente o grupo de recém-nascidos mais jovens e que o sistema visual dos PIG tem plasticidade suficiente para atingir rapidamente os níveis normais. Mais dados serão necessários para validar esta interpretação.