Controle do odor de feridas neoplásicas malignas com metronidazol: revisão sistemática

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Villela, Diana Lima
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7139/tde-12092014-153459/
Resumo: Introdução: Feridas neoplásicas malignas (FNM) são resultantes da invasão direta do câncer na pele que, ao se exteriorizarem, adquirem características de ferida. Com incidência variando de 0,6 a 9,0%, são mais comuns nos cânceres de mama e cabeça e pescoço. Dentre os sinais e sintomas, destaca-se o odor que tem sido descrito como intolerável e nauseante, acarretando impacto negativo sobre o paciente, familiares e equipe de saúde. O odor em FNM ocorre em consequência da interação das microbiotas aeróbica e anaeróbica que colonizam e infectam as feridas. Objetivando reduzir a carga microbiana local e, assim, controlar o odor, tem-se descrito o uso de antissépticos e antibióticos tópicos, dentre os quais destaca-se o metronidazol. Objetivo: Identificar as evidências científicas sobre a utilização do metronidazol para controle do odor em FNM, por meio de revisão sistemática (RS) de ensaios clínicos controlados e não controlados. Método: A partir da questão norteadora do estudo: Qual a eficácia da terapia tópica de metronidazol para o controle do odor em feridas neoplásicas malignas?, realizou-se a busca dos artigos nas bases de dados BIREME, LILACS, COCHRANE, CINAHL e EMBASE, com auxílio da estratégia PICO, utilizando-se descritores indexados e não indexados. Os estudos foram selecionados por duas pesquisadoras de forma independente e os estudos incluídos na RS foram analisados segundo o enunciado CONSORT, grau de recomendação e nível de evidência. Para o estudo randomizado utilizou-se também a Escala de Jadad. Resultados: Recuperaram-se 384 artigos, sendo selecionados 14 para leitura na íntegra, sendo incluídos, ao final, apenas três estudos na RS. Destes, um estudo é randomizado (grau de evidência e recomendação = 2b, Jadad = 2) e dois não são controlados (grau de evidência 4 para ambos). Quanto ao método de avaliação e/ou classificação do odor, não se identificou um instrumento formal, sendo empregada apenas escala analógica de 0 a 10 ou presença/ausência de odor. O tempo necessário para o emprego da terapia tópica foi de 1 a 14 dias, com troca do curativo 1 ou 2 vezes ao dia; e a aplicação do metronidazol foi em gel de 0,75% a 0,8%. Os estudos não mencionaram ou descreveram reações adversas. Os estudos apresentam limitações e fragilidades metodológicas importantes, destacando-se as amostras reduzidas e a falta de descrição de aspectos como o cegamento e randomização no único estudo randomizado, além dos procedimentos empregados nos curativos, dentre outros. Conclusão: Apesar dos três estudos concluírem que o metronidazol tópico é eficaz no controle do odor em FNM, não há forte evidência científica para corroborar essa eficácia.