Avaliação da influência do ciclo estral e os efeitos da inibição da recaptação de serotonina e noradrenalina e da inibição da síntese de corticosterona nas respostas ao modelo de medo condicionado ao contexto

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Gonçalez, Julia Lopes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17163/tde-10082023-110451/
Resumo: O medo condicionado é um dos paradigmas comportamentais mais utilizado no estudo do transtorno de estresse pós-traumático (TEPT). Resultados consistentes na literatura demonstram o papel relevante dos sistemas de neurotransmissão serotoninérgico e da sinalização por glicocorticoides nas respostas ao modelo de condicionamento de medo. Além disso, sabe-se que diversas estruturas encefálicas participam da coordenação dessas respostas, como o córtex pré-frontal medial, a amígdala e o hipocampo. Dados epidemiológicos da Organização Mundial de Saúde (2022) revelam a prevalência do TEPT em mulheres. Nos últimos anos, a literatura vem demonstrando que os hormônios gonadais poderiam de alguma maneira participar da resposta de medo. Dessa forma, diversas evidências indicam uma possível modulação dos sistemas de neurotransmissão serotoninérgico e de sinalização por glicocorticoides, pelo estradiol. Sendo assim, buscamos caracterizar as respostas ao protocolo de medo condicionado ao contexto em fêmeas, em todas as fases do ciclo estral. Além disso, buscamos entender como os tratamentos com imipramina (antidepressivo tricíclico) ou metirapona (inibidor da síntese de corticosterona) afetariam as respostas comportamentais e a extinção da memória aversiva de medo, nas fases de proestro (altas concentrações plasmáticas de estradiol) ou metaestro (baixas concentrações plasmáticas de estradiol). Portanto, as fêmeas (PND=50) tiveram o ciclo estral determinado, durante 10 dias consecutivos. Após a verificação das fases do ciclo, foram submetidas ao protocolo de condicionamento de medo, que consistiu nas sessões de habituação, condicionamento e teste, sendo o condicionamento realizado em cada fase do ciclo estral, de acordo com o grupo experimental. Para a avaliação dos efeitos dos tratamentos, os animais também tiveram o ciclo estral determinado e foram condicionados durante o proestro ou o metaestro, sendo previamente tratados com imipramina, metirapona ou veículo. Observamos que durante o condicionamento, ratas na fase de proestro congelaram significativamente menos que aquelas em metaestro ou estro. Em relação aos efeitos dos tratamentos, em ratas condicionadas durante o proestro, tanto a imipramina quanto a metirapona atenuaram a resposta comportamental de medo durante o condicionamento e, ainda, facilitaram a extinção da memória aversiva. Por outro lado, quando as ratas foram condicionadas durante o metaestro, não foram observadas diferenças nas sessões de condicionamento ou durante a extinção. Entretanto, a metirapona aumentou a resposta comportamental de medo durante o texto. Sendo assim, os efeitos dos tratamentos no protocolo de condicionamento de medo, foi dependente da fase do ciclo estral. Nossos dados demonstram que as fases do ciclo estral influenciaram as respostas ao protocolo de medo condicionado ao contexto e, ainda, que a serotonina e os glicocorticoides participam dessas respostas, bem como as flutuações de hormônios gonadais ao longo do ciclo estral.