Águas subterrâneas no curso inferior da bacia do rio Doce/RN - subsídios para um gerenciamento integrado

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2000
Autor(a) principal: Castro, Vera Lúcia Lopes de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44133/tde-19112015-090358/
Resumo: A área estudada compreende a Bacia Hidrográfica do Rio Doce com um área de drenagem de 338 km², o equivalente a 0,64% da superfície estadual, tendo como formadores os rios Guajiru e Mudo. Dispõe de um elevado potencial hídrico, representado pelas águas subterrâneas do aqüífero Barreiras e da lagoa de Extremoz, reservas estratégicas de grande alcance sócio-econômico que suprem satisfatoriamente as demandas d\'água para a indústria, população urbana e irrigação. No curso inferior da bacia estudada, destaca-se o distrito industrial e os núcleos urbanos, que abrange a cidade de Extremoz e parte da zona norte de Natal, retratando uma infra-estrutura social precária, onde 67,6% dos domicílios possuem sistema de abastecimento de água inadequado ou seja, sem canalização interna. O percentual de domicílios servidos pela coleta de lixo é de 19,8%, os domicílios que têm o lixo queimado ou enterrado correspondem a 53,7% e aqueles cujo lixo é jogado clandestinamente representam 26,5%. O Índice de Qualidade da Água (IQA), calculado segundo os métodos aditivo e multiplicativo (DUARTE, 1999), caracterizou a água da lagoa de Extremoz entre boa e ótima. No entanto, em decorrência do acentuado crescimento urbano e do desenvolvimento industrial, nesta região, constatou-se que este potencial hídrico está submetido aos efeitos de ações impactantes, o que poderá causar significativas restrições no atendimento às demandas futuras. A ausência de rede de esgotos e conseqüentemente o uso de sistemas de saneamento com disposição local de efluentes, associados a uma área cujo comportamento é de um sistema livre, o que propicia elevadas taxas de infiltração das águas pluviais, caracteriza o ambiente como sendo de alta vulnerabilidade para a contaminação das águas subterrâneas. O reflexo deste quadro já se faz presente nas águas de alguns poços tubulares do sistema de abastecimento público, cujos teores de nitrato já são superiores a ) 45mg/L, e na incidência de doenças de veiculação hídrica, como esquistossomose, cólera, hepatite viral e verminoses. As reservas reguladoras do sistema aqüífero Dunas/Barreiras, no curso inferior da bacia, foram estimadas em 76,0 x \'10 POT. 6\' metros cúbicos/ano, equivalente à vazão do fluxo subterrâneo natural. As reservas permanentes são da ordem de 354 x \'10 POT. 6\' metros cúbicos. O volume atual explotado de águas subterrâneas (aqüífero Barreiras), atinge uma cifra de 21,3 x \'10 POT. 6\' metros cúbicos/ano. A demanda de águas subterrâneas para o ano de 2010 foi estimada em 37,8 x \'10 POT. 6\' metros cúbicos/ano, correspondente a 49,7% das reservas reguladoras, caso mantenha-se a retirada do mesmo volume de água superficial atual. Nesse caso, verificou-se, que há uma necessidade de gerenciamento intensivo, considerando que em 2010 a demanda compreenderá 50% das reservas reguladoras. Além da componente \"quantidade\" existe a degradação da qualidade dos mananciais, o desenvolvimento urbano e industrial aliados à falta de saneamento básico e, conseqüentemente incidências significativas de doenças de veiculação hídrica. Diante desse quadro, o estudo teve como objetivo geral realizar um diagnóstico da bacia e indicar estratégias que poderão ser contempladas na implementação do gerenciamento das águas subterrâneas no curso inferior da bacia hidrográfica estudada.