Utilização de equipamentos tecnológicos e tecnologias da informação e comunicação por trabalhadores com 50 anos ou mais em suas atividades laborais : impacto do treinamento

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Raymundo, Taiuani Marquine
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/82/82131/tde-27022020-112404/
Resumo: O avanço tecnológico, as mudanças no sistema previdenciário, a concomitante permanência de adultos mais velhos no mercado de trabalho e os desafios para o domínio de novas tecnologias apresentam uma emergente questão de pesquisa que requer o aprofundamento de novos estudos para a compreensão desse fenômeno no Brasil. Esta pesquisa teve por objetivo identificar o impacto do treinamento na utilização de equipamentos tecnológicos (ET) e tecnologias da informação e comunicação (TIC) nas atividades laborais de pessoas com idade igual ou superior a 50 ano. Trata-se de um estudo com abordagem qualitativa e quantitativa, descritivo, experimental, longitudinal e prospectivo, composto por quatro fases: pré-treinamento, treinamento, pós-treinamento e follow-up. A população alvo do estudo foi trabalhadores com mais de 50 anos, que desenvolviam qualquer atividade laboral e que possuíam dificuldades no uso de ET e TIC. Para composição da amostra utilizou-se a técnica não probabilística de amostragem intencional por conveniência. Na coleta dos dados foram utilizados os instrumentos: questionários socioeconômico, sobre a quantidade de treinamento desejada, sobre os ET e TIC utilizados no ambiente de trabalho, dificuldades e estratégias, questionário sobre a percepção de trabalhadores mais velhos em relação ao seu trabalho e à inserção de ET e TIC nas suas atividades laborais; escalas de autoavaliação do impacto do treinamento no trabalho, sobre a satisfação dos usuários em relação ao treinamento e os diários de campo. Os dados quantitativos foram analisados através da estatística descritiva, teste exato de Fisher, regressão logística e teste de McNemar. Para análise dos dados qualitativos, utilizou-se a técnica de análise de conteúdo. Participaram do estudo 30 trabalhadores, sendo 15 homens e 15 mulheres, com idade entre 50 a 75 anos e média de 63,3 anos. Os resultados da fase pré-treinamento apontam um reconhecimento do trabalho como uma atividade essencial para a vida dos participantes. Em relação às dificuldades no uso de tecnologias, os participantes apresentaram maiores dificuldades com o uso do telefone celular, computador, copiadora, internet, e-mail, impressora e dispositivos de gravação e reprodução. Alguns relataram terem sido expostos a situações constrangedoras e acreditavam que a dificuldade no uso das tecnologias acabava por afetar o seu trabalho. Apesar da presença dessas dificuldades, eles reconheciam a utilidade das tecnologias para as suas atividades laborais. Na fase treinamento, a abordagem adotada foi centrada no participante, de forma simples e de baixa complexidade, atendendo às demandas individuais. Como consequência, a fase pós-treinamento apresentou um impacto positivo do treinamento para o trabalho, com redução das dificuldades no uso das tecnologias, satisfação pessoal, aumento na autoconfiança e auto eficácia, bem como maior segurança e maior frequência no uso de tecnologias. Variáveis como gênero e faixa etária apresentaram correlação positiva com o grau de dificuldade, sendo que maior dificuldade foi associada ao aumento da idade, e os participantes homens apresentaram maior chance para a dificuldade no uso do e-mail e da impressora. No que diz respeito à fase follow-up, é possível observar a importância da formação continuada na vida dos trabalhadores mais velhos, uma vez que alguns apresentaram aumento da dificuldade três meses após o encerramento do treinamento. Conclui-se que o treinamento adotado nesta pesquisa possa ser uma ferramenta que possibilita maior segurança e autoconfiança no desenvolvimento de suas atividades laborais que envolvam ET e TIC.